A soja que chega a Paranaguá encara uma longa jornada antes de ser embarcada nos navios. O percurso dos grãos, somente entre a chegada ao pátio de triagem e o início do carregamento nas embarcações, leva pelo menos 6 horas, mostrou hoje o Tour Caminhos da Soja, realizado após o evento de encerramento da Expedição Safra 2012/13 Gazeta do Povo nesta sexta-feira (28).
Marcos Antonio Jorge Hauly, chefe do Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá explicou aos participantes que o sistema Carga Online programa a chegada dos caminhões ao terminal, evitando a formação de filas. Com a liberação para entrar na área de embarques, os caminhoneiros aguardam no pátio de triagem a convocação para a conferência das cargas -- prática que garante um padrão mínimo de qualidade para os grãos que serão embarcados.
Após a verificação da carga, os caminhões descarregam os grãos em um dos nove terminais instalados em Paranaguá. A Cotriguaçu, cooperativa central do Oeste do Paraná, administra uma dessas estruturas e recebe até 15 mil toneladas de produtos por dia. O grupo é gerido pelas cooperativas Coopavel, C.Vale, Lar e Copacol, que respondem por 15% das operações no terminal. A capacidade restante é ocupada por meio da prestação de serviços a terceiros, explica Rodrigo Coelho, gerente da unidade.
O deslocamento das cargas até os navios é feito por seis esteiras. Coelho explica que os terminais que fazem parte do corredor de exportação contam com três berços exclusivos para fazer o carregamento. No ano passado, cerca de 16 milhões de toneladas de grãos passaram por esse corredor, e até o fim de 2013 esse índice deve subir entre 10% e 15%, avalia Gilmar Francener, responsável pelos silos públicos em Paranaguá.
Os shiploaders são as estruturas responsáveis pela carga dos grãos nos navios. Francener explica que cada equipamento consegue colocar até 1,5 mil toneladas de produtos por hora nos porões dos navios, mas é necessário clima favorável para isso. Em dias de chuva, as operações são paralisadas. Esse rendimento permite carregar um navio com capacidade de 60 mil toneladas em 48 horas, diz. Para Coelho, o ritmo de embarques pode ser ainda maior, caso sejam feitos novos investimentos. “Nos últimos três anos não faltou navio no corredor. Isso mostra que as operações estão no limite”.