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Silomar Faria, de Jataí (GO): terras mais caras elevam também preço do arrendamento | Hugo Harada/gazeta Do Povo
Silomar Faria, de Jataí (GO): terras mais caras elevam também preço do arrendamento| Foto: Hugo Harada/gazeta Do Povo
José Vicente Ferraz, diretor técnico da Informa Economics FNP

Tem sido cada vez mais caro entrar na agricultura ou expandir a área de cultivo na região do MaToPiBa (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), mas ainda assim um bom negócio. A valorização da soja e a concretização da segunda safra mantêm a região na liderança com a maior valorização de terras no Brasil nos últimos três anos. E o investimento imobiliário torna-se um negócio mesmo para quem não têm data para estrear na produção de grãos.

No Maranhão e no Piauí, por exemplo, o preço do hectare mais que dobrou em três anos, conforme dados da consultoria Informa Economics FNP. O Centro-Norte e Nordeste, no entanto, ainda têm as terras mais baratas do país.

Mesmo com alta de 116%, um hectare vale em média R$ 4,2 mil nos chapadões piauienses. A cotação chega à média de R$ 6,2 mil nas fazendas maranhenses, após avanço de 135% desde 2010.

O aumento, apesar de expressivo, ainda não foi estacando, apostam especialistas e fontes locais. “É uma região que ainda vai concentrar por tempo considerável as atenções dos investidores. Tem bom potencial produtivo, principalmente porque o desenvolvimento tecnológico vem acontecendo, adaptação de variedades mais produtivas. Como ainda são baratas, há muita procura pelas terras. E, consequentemente, apresentam maior potencial de valorização”, afirma José Vicente Ferraz, diretor técnico da Informa.

Mas não é somente a nova fronteira agrícola brasileira que faz brilhar os olhos dos interessados em terras para grãos. Até mesmo em regiões de agricultura consolidada, o preço do hectare não para de subir e a disputa entre compradores é acirrada.

No Sudoeste goiano, região que caminha tenta se estabelecer como a mais produtiva do país, uma área para plantio de soja supera os R$ 40 mil por hectare, apurou a Expedição Safra em passagem pelo estado. “Nos últimos anos, os produtores conseguiram se capitalizar e isso fez crescer a procura por terras. O arrendamento por aqui está cada vez mais caro”, afirma Silomar Faria, diretor do Sindicato Rural de Jataí e produtor rural.

O município está entre os que tem maior potencial para expansão da agricultura. Dos mais de 700 mil hectares disponíveis, 370 mil são de pastagens que podem ser transferidas para o cultivo de soja e milho. Neste ano, 5 mil hectares foram convertidos, conforme estimativa do Sindicato. “Terras excepcionais têm preços também excepcionais”, sustenta Ferraz.

Com as regiões agrícolas mais caras, Paraná, São Paulo e Santa Catarina trabalham com médias de R$ 25 mil, R$ 21 mil e R$ 28 mil por hectare, de acordo com a Informa. Os produtores relatam que há poucos negócios, e que só se fala em vendas a partir de R$ 40 mil por hectare em regiões como a de Cascavel (Oeste do PR) ou Abelardo Luz (Oeste de SC).

O potencial de produção, a concorrência entre culturas e as condições de infraestrutura de cada região determinam o valor das terras agrícolas no Brasil:

Paraná: Tem vantagem logística em relação aos demais estados – conta com um dos principais portos graneleiros do país –, mas com poucas áreas disponíveis. Preço médio do hectare paranaense está entre os mais caros: R$ 25,5 mil.

Mato Grosso: Maior “fazenda de grãos” do país, tem grande potencial de expansão na soja e melhoria na estrutura de escoamento. Preço médio do hectare varia de R$ 6 mil a R$ 13,5 mil no Norte e no Nordeste.

Piauí: Está na região que dispõe das terras agrícolas mais baratas do Brasil. Preço médio saiu de menos de R$ 2 mil por hectare há três anos para R$ 4,2 mil. A estrutura de transporte evolui lentamente, mas há regiões imensas ainda sem asfalto ou energia elétrica.

Fontes: Informa Economics e Expedição Safra Gazeta do Povo.

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