O Brasil adota em 2014/15 tecnologia capaz de elevar as marcas históricas de produtividade, provam as regiões que tiveram clima considerado bom. No Rio Grande do Sul, onde as quebras são frequentes, as chuvas foram regulares. Com metade da área total de soja colhida (5 milhões de hectares), o potencial das lavouras até o momento contribui para confirmar uma temporada histórica de 15 milhões de toneladas. No milho, apesar da redução da área, a produtividade irá garantir uma safra 2% maior em relação à temporada gaúcha passada.
O produtor Leandro Burgel de Souza, de Não-me-Toque (Noroeste do estado) retrata a onda de superação. Com 60% dos 240 hectares dedicados à oleaginosa colhidos, registra média de 4,5 mil quilos, ou 75 sacas, por hectare. “Apostei em uma nova tecnologia e o clima foi excelente, com uma normalidade assustadora. Está sendo uma safra histórica”, comemora. Na temporada passada, registrou 3,7 mil kg/ha.
No Paraná, segundo maior produtor de soja do país, os problemas foram menos impactantes do que os de 2013/14. Além de veranicos, as lavouras enfrentaram incidência de ferrugem asiática, principalmente na soja tardia e ataques de insetos como a falsa-medideira. “Fevereiro choveu bastante e a soja plantada mais tarde sofreu com doenças. Mesmo com mais aplicações, redução do intervalo e aumentou da dose, afetou um pouco a produtividade”, relata o produtor Frederico Stellato Farias, de Campo Mourão (Centro-Oeste).
Mesmo assim, a produtividade do Paraná é a maior do país. “Fiquei bastante satisfeito na soja”, reforça Stellano, com 4,5 mil kg/ha -- 35% a mais que média estadual, de 3,29 mil kg/ha.
83% do volumede 202 milhões de toneladas de grãos devem sair das lavouras de soja e milho. País produz 15 grãos em volume expressivo, mas concentra apostas na oleaginosa e no cereal, cuja safra de inverno está sendo semeada. Em relação a 2013/14, incremento é de 7 milhões de toneladas ou de 3,6% – suficiente para ano de superação.