Lavouras secas, concentradas no Oeste de Santa Catarina, são exceção. Região central depende de 1,5 mês de clima normal.| Foto: Foto: Jonathan Campos/gazeta Do Povo
Retorno das chuvas nas últimas semanas foi insuficiente para reverter déficit hídrico nas lavouras. Região Norte é a mais prejudicada. 
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Os dois polos de produção de sementes de Santa Catarina -- o que abrange Xanxerê e Abelardo Luz (no Oeste) e o de Campos Novos (no Centro do estado) -- enfrentam escassez de chuva. Com duas ocorrências pouco volumosas em 15 dias, a região central leva vantagem, mas ainda depende de um mês e meio de clima normal, conferiu a Expedição Safra Gazeta do Povo, em viagem de três semanas pelo Sul do Brasil.

As plantações da região central -- a 900 metros de altitude, 100 a mais do que as do Oeste -- receberam duas chuvas nos últimos 15 dias. Nas da região mais baixa (800 m), poeira e sol quente predominam. As lavouras mantêm as aparências, mas o clima é de preocupação.

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A previsão é que haverá precipitações abaixo do normal e isoladas nas próximas duas semanas e há risco de a soja passar perto de um mês sem água em pleno período de enchimento de grãos, aponta o produtor Marcelo Cambrussi, de Bom Jesus (Oeste).

Produtividade

O milho está escapando, à medida que a colheita avança no Oeste. Marcas de 11 mil a 12 mil quilos por hectare são comuns na região. O polo agroindustrial importa o cereal para a produção de carnes e mantém as cotações de R$ 22 por saca, 10% acima das praticadas a 300 quilômetros dali.

A produtividade da soja depende de chuvas, alerta o gerente da unidade que a cooperativa C. Vale mantém em Abelardo Luz, Julio César Pias Silva. O potencial por hectare tem crescido ano após ano, relata. "Em 2003, eram 2,5 mil quilos. Hoje esperamos 3,6 mil quilos e, logo logo, a região pode chegar a 4 mil."

Lavouras secas, concentradas no Oeste de Santa Catarina, são exceção. Região central depende de 1,5 mês de clima normal. 
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Em Campos Novos, a situação é mais tranquila neste ano, após duas temporadas consecutivas de quebras localizadas. "Somos uma das últimas regiões do país a plantar a safra de verão. Até agora o clima tem sido bom, e esperamos que as chuvas previstas para as próximas semanas sejam suficientes."

Os irmãos agricultores Jonathan e Hermann Hartmann atuam no município central e contam que receberam 18 milímetros de chuva 15 dias atrás e cerca de 5 milímetros há uma semana. A umidade fez a diferença em sua região, com plantas de soja de 1,5 metro de altura. "Passamos de 50 para 53 sacas de soja por hectare no ano passado [em dois anos com clima irregular] e agora esperamos 60", afirma Jonathan.

Leia reportagens consolidadas pela Expedição Safra na edição de terça-feira do caderno Agronegócio.