Não é apenas o núcleo de produção de grãos da Argentina ou o Centro-Oeste do Brasil que se obrigam a interromper a colheita por causa das chuvas. A Expedição Safra Gazeta do Povo verifica que o Paraguai enfrenta o mesmo problema, que representa risco de perda de qualidade na soja.
Com perto de um terço das lavouras de verão por colher, produtores paraguaios do departamento (estado) de Itapúa, no Sul do país, têm dificuldade para avançar com as máquinas. Sob chuvas praticamente ininterruptas, os trabalhos tiveram de ser totalmente paralisados nesta segunda-feira. Em apenas 24 horas, algumas regiões do estado chegaram a registrar acumulados de até 70 mm, como ocorreu no centro de produção de grãos da Argentina de sexta para sábado.
Segundo maior produtor de soja paraguaio, com 577 mil ha cultivados neste ano, Itapúa tem tirado dos campos em média 2,96 mil kg,ha, abaixo do índice nacional, que chega a 3 mil kg/ha até o momento. As médias regionais recuaram nas últimas semanas, com o avanço da colheita para talhões mais tardios, afetados mais severamente pelo clima quente e seco da virada de janeiro para fevereiro.
Lavouras semeadas mais cedo, como as do produtor Adolfo Beck, de Carlos Antonio López, contudo, chegam a alcançar picos de 4,4 mil kg/ha em áreas colhidas em janeiro e que agora são ocupadas pelo milho safrinha.
A Expedição Safra segue viagem pelo Paraguai até quinta-feira. Na próxima semana, técnicos e jornalistas devem seguir para o Centro-Norte do Brasil.