As chuvas diárias interromperam operações de colheita nos últimos dois dias e devem continuar limitando a retirada da soja das lavouras até a próxima semana em Mato Grosso, confere a Expedição Safra em viagem pelo estado. A pausa que houve no plantio entre setembro e outubro, durante estiagem de três semanas, por si só já reduziria o ritmo das colheitadeiras. E o clima acentua essa lentidão.
A colheita não deve parar totalmente, mas só vai avançar daqui duas semanas, aponta o coordenador de Projetos do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca. As atividades chegam nesta semana a cerca de 10% ou perto de 900 mil hectares. O estado tem maquinário para colher mais de 1 milhão de hectares numa única semana.
Apesar de adiarem também o plantio de milho, a chuvas são bem vindas em doses regulares. "Tinha que chover nesta semana para as lavouras que estão em enchimento de grãos", acrescenta Latorraca.
O grande temor é que as chuvas sejam excessivas em fevereiro, aponta o produtor Elso Pozzobon, de Sorriso. Ele considera histórico de precipitações entre 1,9 mil e 2,2 mil milímetros por safra. "Até agora, tivemos 1,1 mil milímetros. Se chegarem mais 800 ou 1 mil milímetros de forma contínua [ sem dias de sol] durante a colheita, haverá perdas significativas", aponta.
A previsão é de que chova 10 milímetros por dia na região nesta semana. Os intervalos sem chuva, na semana que vem, limitam-se a um ou dois dias de sol.