Enquanto o Centro-Oeste do país acelera a colheita da soja para escapar das chuvas previstas para fevereiro e março, os três estados da Região Sul começam a sentir falta de umidade e temem que a estiagem se prolongue. Em algumas regiões não chove há três semanas, conferiu a Expedição Safra Gazeta do Povo.
Técnicos e jornalistas do projeto percorreram São Paulo e Paraná nos últimos dez dias e seguem nesta quinta-feira para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde as lavouras de soja e milho saem mais tarde. O fator agravante são as previsões meteorológicas de precipitações irregulares, com médias abaixo de 5 milímetros em dias alternados. Na prática, isso tem significado chuva escassa e isolada.
Risco no campo
Paraná e São Paulo estão concluindo que a estiagem de dezembro provocou perda menor que a inicialmente aferida. As médias de produtividade aumentam com o avanço das máquinas. Porém, a falta de chuvas na fase final da produção pode ser até mais prejudicial.
No Paraná, cerca de 40% das lavouras paranaenses -- principalmente nas regiões Sul, Sudoeste, Centro e Campos Gerais -- ainda dependem de ao menos uma chuva, por estarem em florescimento ou frutificação, avalia o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Departamento de Economia Rural (Deral), que viaja com a Expedição.
A falta de umidade e as altas temperaturas estão alarmando os produtores, relata o agrônomo André Líder, da cooperativa Coopagrícola, que atua na região de Ponta Grossa. Ele conta que o setor esperava superar a perda de potencial por falta de umidade em dezembro, mas teme não conseguir se o tempo não mudar. "A soja que está na fase enchimento de grãos não suporta muito essa condição de estresse."
A dependência de chuva é maior em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os próximos dias são decisivos para as lavouras em Santa Catarina, afirma o agrônomo Marcelo Capelari, da cooperativa Copercampos, região de Campos Novos (SC).
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