| Foto: Foto: Hugo Harada/gazeta Do Povo

A seca que já dura quatro semanas no Oeste baiano, a mais importante região de produção de grãos do Centro-Norte, está deixando os produtores alarmados. As áreas de soja precoce (que representam perto de 20% das lavouras) terão perdas acentuadas, segundo a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). As de ciclo médio (80%) ainda podem reagir se houver chuva, mas também estão sendo impactadas, relatou Ernani Sabai, assessor de Agronegócio da entidade.

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A Expedição Safra percorre o Oeste da Bahia desde sábado e segue viagem pela região de Luís Eduardo Magalhães (LEM), capital da soja do estado. Os produtores e técnicos que vêm sendo entrevistados divergem sobre o impacto do clima. Agricultores como Ires Basso, de LEM relatam quadros de perda total. "Não vou deixar nem deixar as colheitadeiras entrarem em 2 mil hectares", afirmou, demonstrando certo grau de incerteza. "A produtividade da soja caiu de 72 sacas por hectare para 44 sacas no ano passado e, neste ano, deve ser reduzida a 50 sacas por hectare", afirmou o agrônomo Pedro Matana, de Riachão das Neves, referindo-se a 4,3 mil hectares dedicados à oleaginosa.

Há risco de a situação se agravar, conforme a consultoria Clima Tempo. Não há previsão de chuva significativa para os próximos dez dias em todo o Oeste baiano, de Formosa do Rio Preto a Correntina, incluindo Riachão das Neves, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério e Roda Velha. Se isso ocorrer, a estiagem será mais longa que a mais última grande seca registrada em plena safra na região, que segundo os produtores durou 42 dias, em 1990. A soja de 90 dias já passou cerca de 60 sem precipitações.

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