Uma safra de “boa a muito boa” – conforme descrevem produtores e agrônomos -- deveria estimular por si só as vendas de máquinas na Argentina, mas neste ano a indústria precisa de esforço extra para fazer negócios, conferiu a Expedição Safra Gazeta do Povo, em passagem pela Expoagro, a maior feira de verão do país. O evento, organizado no meio de plantações de soja e milho entre Rosário e a capital Buenos Aires, apresenta novas tecnologias que, segundo os fabricantes, rebatem o aumento nos preços de colheitadeiras e tratores e nas taxas de juros, que eram de 7,5% ao ano em 2013 e neste momento passam de 20%.
Diferente do que ocorre no Brasil, onde a colheita é tradicionalmente feita pelos próprios produtores de soja e milho, o agronegócio argentino mantém uma rede de prestadores de serviços que retiram perto de dois terços da safra de grãos dos campos. Nesta temporada, o país espera produzir 105 milhões de toneladas de grãos (de 54 a 55 MT de soja e de 23 a 24 MT de milho). E a indústria de máquinas precisa atrair principalmente os “contratistas” para a renovação da frota que deve colher 70 milhões de toneladas.
“Assumimos parte dos riscos da produção e não temos recursos próprios para novas máquinas”, disse Matteoni Darwin, que iniciou nesta semana a temporada da colheita de verão com suas duas colheitadeiras em Pergamino, na província de Buen
os Aires, a 100 quilômetros da Expoagro. A tabela de preços varia de acordo com a produtividade alcançada em cada área. Uma boa safra com área ampliada significa mais serviço, mas não garante aumento na renda, relata o contratista.
Ele conta que os preços das máquinas não caíram depois que o governo de Cristina Kirchner limitou as importações do Brasil. Buenos Aires forçou as indústrias a investir em plantas na argentina e gerou expectativa de redução nos custos. “O preço de uma colheitadeira passou de 300 mil para 500 mil dólares em cinco anos”, relata Darwin, comparando modelos de lançamento de cada época. Ele culpa a carga tributária e a inflação pelos reajustes.
O executivo Manuel Ruiz, um dos diretores de Marketing da Case IH na Argentina, disse que a indústria cogita 20% de redução nas vendas. No ano passado, o setor vendeu 900 colheitadeiras e 6 mil tratores. Nas lojas do grupo Fiat, que abrange Case IH, CNH e Iveco e reuniu as marcas numa área comum na Expoagro, os representantes das concessionárias relataram que estão tentando vencer essa tendência. Um dos argumentos é a rapidez na colheita. O modelo CNH Axial Flow 2930, por exemplo, permite colher 100 hectares por dia, o dobro da área que o contratista Darwin relata cumprir em Pergamino.
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