O controle da lagarta Helicoverpa armigera -- que ataca pelo menos nove estados brasileiros e pode derrubar a produtividade em 30% nas áreas infestadas -- acabou com a tranquilidade dos produtores de soja desde as primeiras semanas de cultivo. Quem enfrenta o problema de frente está tendo de monitorar todas as lavouras a cada dois dias para medir a concentração de insetos e administrar a aplicação de defensivos, apurou a Expedição Safra Gazeta do Povo, que percorre o Centro-Norte do país nesta semana.
Fernando e Leivandro Fritzen fizeram da Fazenda Alvorada, em Gilbués (Sul do Piauí), um centro de testes. A pesquisadora Andreza Bertoldo conta que as pesquisas estão em andamento, mas que já é possível orientar a produção.
Ela mantém contato com pesquisadores de outros estados e confirma que o uso de inseticida de efeito seletivo -- que não elimina um parasita nocivo à lagarta -- surte bons resultados no Piauí. O parasita ataca a caixa toráxica da armigera.
Dependendo do agrotóxico utilizado, o porcentual de lagartas parasitadas sobe de 21% para 37%. "E em seis dias após a coleta, mais de 90 % dessas larvas parasitadas morrem", relata.
Os Fritzen já estão usando os inseticidas indicados pela pesquisa. Isso não reduz as aplicações, mas ajuda no controle. O número de pulverizações na região deve subir de cinco para até nove, contam os produtores -- por causa da armigera.
O controle da presença da lagarta nas lavouras exigiu escala de monitores. Cada pessoa dá conta de até 2 mil hectares, fazendo coletas em 500 hectares pela manhã e outros 500 pela tarde. Ou seja, a cada dois dias, toda área é revista, em coletas em zigue-zague.
Além disso, são instaladas armadinhas como o "luminoso" -- uma lâmpada branca com uma bateria de automóvel ao chão. Acesa, atrai os insetos, que caem numa rede e podem ser contados. Quanto mais mariposas da Helicoverpa armigera, maior a pressão da lagarta e também a necessidade de controle.
Não há perspectiva de eliminação da nova praga, que eleva os custos entre 5% e 10% (até R$ 230 por hectare) . "As pragas que chegaram nos últimos anos foram controladas, mas permanecem na lavoura. O tempo da tranquilidade, em que era feita uma ou duas aplicações de defensivos, acabou", observa Leivandro Fritzen.
A armigera já foi identificada nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Maranhão. Além do Paraguai e da Argentina.
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