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No primeiro ano como agricultor, Paulo Eduardo Cardim comemora chegada de chuvas em lavoura que sofreu com a seca e deve render entre 48 sacas e 50 sacas por hectare. | Daniel Castellano / Gazeta Do Povo
No primeiro ano como agricultor, Paulo Eduardo Cardim comemora chegada de chuvas em lavoura que sofreu com a seca e deve render entre 48 sacas e 50 sacas por hectare.| Foto: Daniel Castellano / Gazeta Do Povo

A soja, além de alimentar o gado, é adubo para a pecuária na região de Naviraí, município localizado ao Sul de Mato Grosso do Sul, conferiu a Expedição Safra Gazeta do Povo. Paulo Eduardo Cardim, que cresceu em meio à criação de boi da família, é um dos pecuaristas que neste ano estreia na agricultura. Ele conta que, apesar da valorização da arroba (atualmente em mais de R$100), a rentabilidade atual prometida pelos bovinos é insuficiente para reformar os pastos, cada vez mais degradados.  “É preciso investir R$ 1 mil por hectare em média com a reforma do solo. A minha ideia é fazer três safras de soja e milho e depois voltar a colocar o gado em cima desta área novamente”, conta.

Cardim e outros cinco produtores são sócios em uma área de 500 hectares plantados com soja na região. O terreno foi arrendado pela Cooperativa Agrícola Sul Matogrossense (Copasul) com a finalidade de atrair os investidores para a agricultura. Os custos e receitas obtidos nesta primeira experiência serão divididos no grupo.  “A nossa ideia é que esses produtores aprendam e depois integrem o cultivo de grãos com a pecuária, garantindo uma renda extra e fazendo o que gostam”, explica o superintendente da empresa, Gervásio Kamitani.

Animado, o pecuarista e mais novo agricultor de Naviraí está se acostumando com algumas rotinas de campo. Para revelar o valor do custo de implantação da lavoura, precisa de ajuda técnica. Mas quando a pergunta é sobre o clima, a resposta está na ponta da língua. “Ficamos 23 dias sem uma gota de chuva”, resume Cardim, que preenche diariamente os dados pluviométricos em uma cartilha fornecida pela Cooperativa. Ele espera que a produtividade média deste ano fique ente 48 sacas e 50 sacas por hectare. “Não vai pagar o investimento, mas também não está tão ruim assim”, define.

As áreas de pastagens degradadas têm sido um prato cheio para que a oleaginosa ganhe escala em todo o Brasil. Com valores abaixo da média, o terreno é reformado e transformado em solo para o cultivo de grãos. Em Naviraí (MS), por exemplo, ainda é possível encontrar áreas com bom regime de chuvas por valores que variam de R$ 10 mil a R$ 20 mil por hectare, conforme produtores e técnicos.

A região de Naviraí vê cair os índices de produtividade da pecuária. Segundo Kamitani, hoje cada hectare é ocupado por uma cabeça de gado. A meta dos pecuaristas é elevar esse índice em oito vezes com a ajuda dos nutrientes deixados pela soja na terra.

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