Investimentos que ampliam o embarque de soja nos terminais paraguaios de Concepción, a 215 quilômetros da divisa com Mato Grosso do Sul, tentam atrair soja brasileira ao Rio Paraguai. A região prepara-se para escoar 2 milhões de toneladas de grãos extras, apurou a Expedição Safra.
O alvo são as regiões de Dourados e Maracaju, que lideram a produção sul-mato-grossense. A Federação da Agricultura do estado, a Famasul, confirma estar buscando alternativas de escoamento até pelo Chile, para exportar via Pacífico. Mas não confirma exportação pelo Paraguai no curto prazo. O Paraguai não permite circulação de caminhões tipo bitrem, que predominam no transporte brasileiro.
Dona do maior porto fluvial do Paraguai – com capacidade para embarque de 21 mil toneladas por dia, em San Antonio, próximo a Assunção –, a Gical considera a região de Concepción estratégica. Lá está o terceiro de seus quatro portos, com embarque máximo de 7 mil toneladas/dia. Juntos, os quatro terminais movimentam 1,7 milhão de toneladas/ano.
A tendência é que os problemas técnicos sejam resolvidos e que portos mais distantes de Assunção sejam ampliados para se afastar o tráfego pesado da capital, afirma Rubén Marquez, porta-voz Comercial da Gical. A empresa tem meta de ampliar seu embarque total de 1,2 milhão para 2,2 milhões de toneladas de grãos/ano até 2016/17.
Os investimentos também mobilizam o governo. A Administração Nacional de Navegação e Portos (ANNP) acaba de retomar o domínio sobre o terminal de Concecpión, um dos dois sistemas de embarque públicos (que se somam a 37 terminais privados). A intenção é reforçar a estrutura para atender o Paraguai e Mato Grosso do Sul.
“Vamos ampliar os armazéns de 30 mil para 70 mil toneladas e fazer com que seja usada a capacidade máxima de carregamento: 430 toneladas por hora”, disse Alberto Ramos, subgerente de Portos do Exterior da ANNP. Ele afirma que Concepción estará preparada quando Mato Grosso do Sul resolver exportar grãos via Paraguai. Atualmente a Gical já escoa pelo Rio Paraguai açúcar produzido na região de Dourados. São quase 300 quilômetros de caminhão até Concepción.
A previsão da ANNP é que a capacidade de armazenagem da região de Concepción passe de 2 milhões para 4 milhões de toneladas em quatro anos.
Para explorar o potencial fluvial e ampliar o embarque pelo rio, segundo Mário Frutos o governo realizada um trabalho coordenado com empresas nacionais e multinacionais no setor de infraestrutura. “O governo vai facilitar a presença privada”, disse o vice-ministro, referindo-se a investimentos privados nos portos, nas retroárea, áreas de acesso aos terminais e nas principais rodovias do país, a partir de programas de concessão que já estão em andamento.
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