A soja rompe as melhores médias de produtividade na própria zona núcleo da Argentina. No reduto que é apontado como o mais produtivo do país, ao Sul da província de Santa Fé, médias de 5 mil quilos por hectare se tornaram comuns, conta o agrônomo Cristian Russo, da Bolsa de Comércio de Rosário.
Porém, são as zonas alagadas, concentradas na província de Córdoba, que fazem a diferença. Com produtividade sempre abaixo das melhores médias, essa região registra neste ano marcas acima de 4 mil quilos por hectare. “Os rendimentos estão, em média, 1,5 mil quilos por hectare acima do normal”, conta o produtor e cerealista Gastón Bertone, que cultiva 2,4 mil hectares de soja e 1,2 mil ha de milho na região de Villa María (Córdoba).
“Saímos de médias históricas entre 2,2 mil e 2,4 mil para 4 mil por hectare, com lotes e até 5 mil quilos”. Houve zonas que receberam 800 milímetros de chuva em 45 dias, volume normalmente registrado em um ano, relata.
A região de Córdoba concentra metade dos 800 mil hectares de soja que nem serão colhidos, principalmente por causa das inundações. “A produtividade elevada compensa essas perdas”, ressalva Bertone.
Com 300 de 420 hectares de soja colhidos, o agricultor Ricardo Sanablia, da região de Venado Tuerto (Santa Fé), finalmente se convence dos novos patamares. “Tivemos chuvas fartas em janeiro, exatamente no momento em que a soja precisava para chegar a 5 mil quilos por hectare.” A chuva veio em doses fortes mas não houve excesso de umidade, o que evitou doenças e permitiu a expressão do potencial genético das sementes.