O avanço das colheitadeiras na região Oeste do Paraná registra perdas nas lavouras de soja. A queda na produtividade é reflexo do calor intenso dos últimos dias e a falta de chuva na fase de desenvolvimento do grão. Até o momento, 55% da área total dedicada a oleaginosa já foram colhidas, com as plantadeiras entrando logo em seguida para semear o milho safrinha e, em menor proporção, o trigo.
Em algumas localidades do Oeste, a colheita se aproxima do término, sendo que o trabalho deve estar finalizado ainda na primeira semana de fevereiro. Na área de atuação da C. Vale, em Palotina, 80% dos 180 mil hectares já foram colhidos. De acordo com o supervisor do campo experimental da cooperativa, Enoir Cristiano Pellizzaro, a produtividade média atinge 50 sacas por hectare, sendo que a média histórica é de 65 sacas por hectare.
“O plantio foi antecipado. O pessoal entrou com as máquinas no dia 15 de setembro e concluiu até 5 de outubro. Acabou que pegou a seca de novembro e dezembro. Isso vai gerar perdas de 15% do potencial”, lamenta Pellizzaro.
O índice é o mesmo estimado pela Copagril, de Marechal Cândido Rondon. Segundo Paulo Bruneto, técnico da cooperativa, a rendimento médio deve ficar em 45 sacas por hectare. “Nós imaginávamos 52 sacas por hectare. Se acontecesse duas chuvinhas de 15 milímetros atingiria essa projeção. Mas o sol está escandente desde o início de janeiro”, resume.
O produtor João Francisco Cantu, 82 anos, sendo 52 plantando em Palotina, diz nunca ter visto um calor tão forte. “O sol parece um maçarico”, afirma. Como faltou chuva na fase de desenvolvimento do grão, a produtividade dos seus 12 hectares ficou em 42 sacas/ha, bem abaixo do ano passado (70 sacas/ha).
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