A safra de soja registra marcas de produtividade contrastantes entre Tocantins e Maranhão. A falta de chuva atingiu mais as lavouras maranhenses do que as tocantinenses e criou variação dentro da região agrícola conhecida como nova fronteira do Centro-Norte.
A Expedição Safra Gazeta do Povo percorreu as principais regiões produtoras de grãos dos dois estados na última semana, durante levantamento de dados que segue pelo Piauí e pela Bahia e vai resultar num diagnóstico sobre a safra do Matopiba.
Em Tocantins, a avaliação de técnicos e agricultores é que o volume de chuvas foi menor do que na última safra, mas com melhor distribuição da pluviosidade. Faltou água para o plantio na época ideal e também foi registrado um veranico de aproximadamente 12 dias em janeiro.
Mesmo assim, o rendimento médio da soja deve ficar próximo a 50 sacas por hectare, conforme o setor produtivo. “Só deve perder produtividade quem reduziu os investimentos na lavoura”, pontua Antônio Cláudio Casalvara, coordenador comercial da unidade da Agrex em Guaraí (Centro-Oeste de TO).
A preocupação agora fica por conta do plantio de milho safrinha, que começa a sair da janela agroclimática ideal para o cultivo, que vem crescendo na região. Na região de Balsas (Sul do MA), o quadro é de preocupação. O município sofreu com dois veranicos de aproximadamente 20 dias nos meses de dezembro e janeiro, afetando o plantio e o desenvolvimento de parte das lavouras.
Maranhão
O produtor Marcos Sandri projeta uma produtividade média de 46 sacas por hectare para a soja, quando a média esperada era de mais de 50 sc/ha. Ele planta 3,2 mil ha de soja e 400 ha de milho verão e diz que o ataque de pragas agravou a situação. “Houve aumento nos casos de mancha-alvo, além de ataques de percevejos e da mosca-branca. Isso exigiu aplicações extras e elevou os custos”, acrescenta.
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