A combinação de um mercado que oferece boa rentabilidade à soja e o cenário de elevados custos de produção do milho verão ampliam a derrocada da área dedicada ao cereal na primeira safra. O quadro reduz ainda mais o ritmo do movimento de rotação de culturas, que ajuda a preservar a qualidade do solo. Na maioria das regiões agrícolas do Paraná, o plantio do milho atinge patamares inferiores aos considerados ideais em termos agronômicos, em um movimento que já começa a gerar consequências negativas para o cultivo da oleaginosa.
Nas áreas da cooperativa Coamo, de Campo Mourão, na região Central do estado, a soja ganhou 3% de área em relação à temporada passada, chegando a 2,15 milhões de hectares. No contraponto, o milho verão retraiu 20%, registrando 115 mil hectares. O cálculo inclui os três estados de atuação da empresa: Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
“O elevado desembolso inicial e a perspectiva de baixa rentabilidade na época de plantio levaram os produtores a pensarem que o plantio era economicamente inviável”, aponta o agrônomo e gerente de assistência técnica da cooperativa, Marcelo Sumiya.
Apesar disso o gestor revela que o preço da mudança já está sendo cobrado. “Em áreas onde a rotação não está sendo feita estamos tendo problemas de fungo de solo. Isso gerou replantio em algumas áreas nas regiões de Campo Mourão e Ivaiporã, por exemplo”, detalha. O ataque dos fungos costuma ocorrer após o plantio, ocasionando a morte das plantas, explica Sumiya.
Com a alta recente do milho, contudo, quem apostou no cultivo de verão acertou duplamente. Além do ganho agronômico, a renda tende a ser maior, destaca Sumiya. “Apesar do alto custo inicial, o plantio do milho ajuda no dimensionamento das máquinas, permitindo ao produtor iniciar a semeadura mais cedo, podendo escalonar o plantio”, destaca.
A Expedição Safra encerra a jornada pelo Paraná nesta semana percorrendo lavouras da região Sudoeste. Na sequência, os trabalhos avançam por Santa Catarina e o Rio Grande do Sul.
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