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Queixadas invadem as lavouras e geram estragos nas plantas, derrubando a produtividade da área. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Queixadas invadem as lavouras e geram estragos nas plantas, derrubando a produtividade da área.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Os produtores de grãos do Mato Grosso do Sul precisam acrescentar um item a mais na lista de desafios para safra 2015/16. Além da falta de chuva que atrasou o plantio por conta do solo seco, da perda de parte da janela ideal para o milho safrinha e das doenças, os ataques de animais silvestres como javalis, queixadas e catetos estão gerando prejuízos financeiros consideráveis, constatou a equipe da Expedição Safra Gazeta do Povo no roteiro de 5 mil quilômetros na região Centro-Oeste.

De acordo com dados da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), 400 mil hectares de lavouras de soja, milho e cana são território da ação de javalis e similares, principalmente no Centro-Sul do estado. “Mas já temos relatos de ataques no Norte”, diz Leonardo Carlotto, analista de grãos da entidade.

A cada temporada, os ataques dos animais nas plantações estão crescendo na mesma proporção que a população aumenta. “Javali é pior que qualquer doença, pois doença ainda existe a possibilidade de combater. Javali é uma Helicoverpa armigera multiplicada”, relata Adão Bernardo Vieira, representante da empresa Spraytec.

Apenas dois caçadores estão autorizados para abater o animal no Mato Grosso do Sul.Albari Rosa/Gazeta do Povo

O problema de controle é que a caça sem autorização destes animais é proibida no estado. E, obter o aval dos órgãos oficiais exige paciência e muita documentação, além de que apenas dois caçadores são credenciados a abater animais no estado. “Existe a possibilidade de conseguir a autorização, mas é muita burocracia”, ressalta Carlotto. “Pessoal já foi atrás do Ibama para diminuir a burocracia, mas não adiantou. Hoje está travado”, complementa.

Estudo

Na próxima safra de milho safrinha, a Famasul irá iniciar um projeto para realizar o levantamento dos prejuízos na produtividade causado pelos javalis, queixadas e catetos. “Hoje faltam dados da ação destes animais, que são bastante agressivos. Mas precisamos mostrar o prejuízo para a sociedade”, afirma o analista de grãos da entidade.

A projeção inicial é de que o Mato Grosso do Sul plante 1,7 mil hectares de milho safrinha nesta temporada.

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