No Brasil, a situação é a oposta da encontrada nos Estados Unidos. Enquanto o plantio avança nos principais estados produtores de soja, praticamente metade da safra 2015/16 está comercializada. “Estimamos que 48% da safra estejam vendidas. No ano passado, nesta mesma época, era 25%. O pessoal aproveitou o dólar na casa dos R$ 4,20 para fechar negócio”, relata o Luiz Fernando Gutierrez Roque, consultor da consultoria Safras & Mercados. “Se a moeda americana chegar novamente nos R$ 4, as vendas aceleram novamente”, complementa.
O produtor Erik Petter, de Castro, nos Campos Gerais, é um dos que aproveitou para fechar bons negócios. Ele já vendeu 50% da safra de oleaginosa, 20 pontos porcentuais a mais em relação à temporada passada. “Dificilmente vendo mais de 30% na pré-venda. Mas apesar da cotação do bushel estar ruim, o efeito cambial fica interessante”, garante Petter, que conseguiu R$ 78 por saca. “No ano passado minha média na pré-venda foi R$ 62. Dependendo do cenário futuro, posso vender mais um pouco ainda”, comemora, sem esconder a satisfação com os negócios envolvendo a commodity.
No Mato Grosso, de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), 47,9% da safra de soja já foram comercializadas. No Paraná, o índice está em 31%, segundo a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Plantio
Os trabalhos de semeadura seguem em ritmo acelerado por todo o país, principalmente para recuperar os atrasos em algumas regiões em função de intempéries climáticas. “O plantio normalizou. A chuva voltou no Centro-Oeste. No Sul, ocorreu excesso de chuva, mas agora parou”, explica Roque. “Nos últimos 15 dias não rendeu muito porque o tempo atrapalhou bastante. Mas agora está fluindo”, diz o produtor Erik Petter, que dedicou 1,4 mil hectares para soja na safra atual.
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