| Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

Com lavouras severamente afetas pela estiagem, Helder Cremonese se vê diante de um dilema. Tomando como base a produção que colheu na safra passada na região de Balsas (MA), ele comprometeu antecipadamente com empresas locais 40 sacas por hectare. Mas, com talhões rendendo apenas 20 sacas/ha na abertura da colheita e expectativa de fechar a temporada com média de 35 sacas/ha, teme não colher volume suficiente para honrar os compromissos. “Vou tentar renegociar, ver o que dá para fazer”, lamenta.

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“Todo ano a primeira soja que colho vendo no disponível para girar a operação, pagar óleo diesel e outras despesas assim. Este ano não vendi”, relata Francisco Pugliesi, também do Maranhão. Com quebra consolidada de cerca de 30%, toda a produção da temporada já está comprometida. “Foi um ano que todo mundo renovou o maquinário. Eu investi em um silo. Mas vou priorizar os contratos já firmados, entregar toda a soja que conseguir. Tenho que fazer alguma artimanha para cumprir os compromissos, para não sujar o nome e ter crédito para a safra que vem”, diz o produtor.

“Pode me oferecer R$ 120 por saca que eu não vendo mais. Vamos esperar colher para ver o que dá”, conta Gustavo Colombo, gerente da Fazenda Guarida, no município de Peixe, no Sul do Tocantins. Firmadas antes da colheita, as vendas que deveriam cobrir menos de 40% da safra já comprometem metade da produção após quebra de 50% nos índices de produtividade da fazenda.

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