Apesar da previsão de que o clima será um pouco mais normal em janeiro, temos lavouras em situação bem crítica, principalmente por falta de umidade.
Os problemas climáticos estão tirando a chance de o Brasil atingir 100 milhões de toneladas de soja na safra 2015/16, apurou a Expedição Safra Gazeta do Povo. A colheita começa nos próximos dias com perdas por seca confirmadas no Centro-Oeste. Esse foi o principal motivo para o recuo no potencial da colheita, que passou de 100,32 milhões para 99,79 milhões de toneladas no último mês, conforme a nova projeção do projeto.
O Indicador Brasil aponta, por outro lado, crescimento de 4,35% na produção diante da colheita de 2014/15, calçado em expansão de 3,90% na área da oleaginosa. Um quadro que implicou em nova redução na área de milho de verão (veja infográfico).
Para que a marca de 100 milhões de toneladas de soja seja atingida, estabelecendo novo recorde, será necessária uma reviravolta nas plantações que ainda estão em fase inicial de desenvolvimento, nas extremidades Sul e Nordeste do país, aponta o diagnóstico elaborado a partir de viagens às principais regiões produtoras do país. A Expedição Safra faz sondagem técnico-jornalística pela décima safra consecutiva e vai acompanhar a colheita até abril.
Entre os analistas que acompanham o trabalho da Expedição Safra, Natália Orlovicin, da INTL FCStone, afirma que não será fácil para as lavouras da nova fronteira do Centro-Norte escaparem de perdas. “Diferente de outras regiões, o Matopiba [região que abrange lavouras do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia] tem um volume apertado de chuvas. Se chover menos, faz falta”. As precipitações chegaram atrasadas à região e fizeram com que o plantio se estendesse até o final do ano.
Chuva deve ser diária nas primeiras semanas de colheita
A colheita de soja deste ano começa pelo Oeste do Paraná e pelo Oeste de Mato Grosso. Até agora, os trabalhos avançam apenas em áreas irrigadas (que seguem calendário paralelo). E as previsões meteorológicas são de chuvas rotineiras para essas duas regiões, de 5 a 25 milímetros por dia, com interrupções inevitáveis no trabalho das colheitadeiras.Me
Leia a matéria completaAs chuvas volumosas registradas no desenvolvimento da soja no Sul do país não significam, em si, perdas expressivas, avaliam especialistas como Gelson de Lima, coordenador técnico de Produção da cooperativa Cotrijal, de Não-Me-Toque (RS). Ele considera que o plantio ocorreu dentro da prazo, com poucas exceções, e que as lavouras podem carregar bem as vagens mesmo com um clima mais chuvoso.
“Tivemos preocupações com plantios em solo muito úmido, mas como as chuvas continuaram frequentes,tivemos no geral populações de plantas muito boas.” O que prevalece é o aumento da área da soja, com redução no plantio de milho.
A Expedição Safra mostra que o milho de verão teve corte de área de 5,75%, o que fará a produção cair a menos de 30 milhões de toneladas.
Na soma da área do milho com a da soja, porém, nota-se aumento de 2% na área plantada, que passa de 37,78 milhões para 38,53 milhões de hectares. A tendência de crescimento no cultivo deve-se à sustentação de preços internos similares e/ou acima dos registrados na safra passada, devido principalmente à desvalorização do real diante do dólar.
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