Brasília recebeu o terceiro Seminário Expedição Safra 2016/17, nesta segunda-feira (12), no teatro da Caixa Econômica Federal. O evento, que recebeu um público de 120 pessoas, faz parte de uma série de sete encontros que acontecem durante os roteiros feitos pelo projeto. Todos os anos são mais de 60 mil quilômetros pelo Brasil e pelo mundo para investigar os desafios do agronegócio. Os dois primeiros seminários aconteceram em Cruz Alta (RS) e Barreiras (BA).
Na capital federal, o coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, disse que o agronegócio vai aumentar a participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2016. No último ano, 21,5% de toda riqueza gerada no país saiu do campo e dos setores interligado. “Neste ano, indicadores da Expedição Safra mostram que o agronegócio vai ampliar a participação para 22,7%”, disse. No ano passado, o PIB brasileiro fechou com uma queda de 3,8%, enquanto o agronegócio cresceu 0,4%. O mesmo cenário é aguardado para 2016. “O PIB deve ter uma queda de 3,5% e o agronegócio um crescimento de 2%”, acrescentou. O PIB brasileiro em 2015 foi de R$ 5,9 trilhões.
Ferreira diz que o futuro do agronegócio brasileiro é promissor. “O setor viveu uma década de ouro na produção, exportação e no mercado. O momento agora é de cautela. No entanto, as perspectivas para os próximos anos são bastante favoráveis. O agronegócio é a vocação natural do país. E precisa ser pensado assim. Se tivermos planejamento, estrutura, atuação, vamos crescer”, acrescentou.
Durante a apresentação, um dos exemplos usados para reforçar a importância do agronegócio foi o saldo balança comercial. “O agronegócio sustenta a balança comercial brasileira há anos. O setor foi responsável por quase 50% de tudo que foi exportado pelo país até outubro deste ano”, exemplificou.
Antes do início do seminário, o superintendente nacional de Agronegócios da Caixa Econômica Federal, Márcio Vieira Recalde, disse que é parceiro da Expedição Safra há seis anos e que será nos próximos. Ele agradeceu a presença de técnicos, economistas, agrônomos e funcionários da Caixa Econômica Federal, dos ministérios da Fazenda e Agricultura, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Banco Central, Aprosoja, Câmara dos Deputados e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), entre outros.
Demanda
O evento em Brasília foi o terceiro seminário da Expedição da Safra. Ao todo, serão sete.
O analista de mercado INTL FCStone, Vitor Andrioli, fez uma apresentação sobre o potencial dos grãos nos próximos dez anos. Segundo o analista, mercados como China, Índia e África vão crescer e garantir demanda, especialmente para o Brasil. “A demanda por grãos está muito ligada ao consumo per capita. A dieta muda e isso aumenta a necessidade de grãos, principalmente soja e milho. A China aumentou o consumo de proteínas e isso puxou as exportações para lá”, disse.
Segundo o analista, a tendência é essa. Além da China, Índia e países africanos devem manter a demanda aquecida. E a melhor notícia é que, dos grandes players exportadores, apenas o Brasil tem espaço para crescer em área produtiva. “Sem levar em consideração o desmatamento, apenas o Brasil tem espaço para crescer”, explicou. Segundo o estudo apresentado, na próxima década, o país tem capacidade de saltar de 101 mi de t de soja para 145 mi de t. No caso do milho de 87 mi de t para 135 mi de t.
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