iferente de outras cidades do estado, que sofreram períodos prolongados de estiagem no fim de novembro, Chapadão do Sul teve um bom regime de chuvas.| Foto: Rodrigo Félix Leal/Gazeta do Povo

Uma das regiões mais produtivas do Mato Grosso do Sul, Chapadão do Sul, no Nordeste do estado, está com dificuldades para começar a colheita. O clima, que foi um aliado fiel ao longo do desenvolvimento da planta, está prejudicando o início dos trabalhos de retirada dos grãos das lavouras. Diferente de outras cidades do estado, que sofreram períodos prolongados de estiagem no fim de novembro, Chapadão do Sul teve um bom regime de chuvas, que vieram em pouca quantidade, mas frequentes. No entanto, o excesso dos últimos dias não está deixando nenhum produtor contente.

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Segundo o delegado do Sindicato Rural, Rudimar Borgelt, apenas 3% dos 72 mil hectares de soja da região já foram colhidos. “A chuva dos últimos dias atrasou o começo da colheita”, explica. Na segunda-feira (30), poucas colheitadeiras se arriscaram a entrar nas lavouras. Mesmo com o tempo nublado, o produtor Benedito Mudinutti Júnior não quis perder tempo. “Até então o clima estava muito bom, mas nos últimos 15 dias atrapalhou a colheita”, afirmou o produtor, que além de correr para colher a soja dessecada há duas semanas, ainda aproveitou para plantar a safrinha de algodão. Ao todo, ele pretende colher 1 mil hectares de soja, a mesma quantidade do ano passado. O agricultor também espera repetir a produtividade média do ciclo anterior, 63 sacas (sc) por hectare (ha).

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Ciclo do ciclo atual exigiu maior cuidado com as pragas, como o percevejo. 

Segundo Rudimar Borgelt, na safra anterior, a produtividade média foi de 58 sc/ha na região. Ele espera um resultado igual ou superior. “Aqui nós temos menos área de dedicada à soja precoce, sendo a maior parte de soja semiprecoce, que costuma exibir uma produtividade maior”, conta.

Além das chuvas no início da colheita, o ciclo atual foi afetado por uma incidência maior de percevejos. De acordo com Mudinutti, foram necessárias de três a quatro aplicações de defensivo para controlar a praga. Segundo o Sindicato Rural, a infestação foi uma incidência comum entre os produtores da região.