Os produtores de grãos da região de Naviraí, no Mato Grosso do Sul, mantêm a cautela na hora de fazer previsões para a safra 2016/17. Após uma safrinha de milho (2016/16) fortemente afetada por problemas climáticos (quebra de 50% na produtividade), restou aos agricultores manterem o pé no chão para poderem honrar dívidas do último ciclo com a lucratividade da safra que se inicia agora. A constatação é da Expedição Safra, do Agronegócio Gazeta do Povo, que nos próximos dias percorre, além de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.
O gerente do Departamento Agronômico da Copasul (cooperativa referência da região), Antonio José Meireles, conta que neste ano a tecnologia aplicada nas lavouras da região seguiu a lógica de manter o pé no chão para evitar sobressaltos. “Após um período de frustração, o pessoal está mais no feijão com arroz mesmo, com os investimentos mais básicos, em correção de solo, sem grandes novidades em relação ao que já vem sendo aplicado de tecnologia nas lavouras habitualmente”, relata.
Somente no município de Naviraí são cerca de 300 mil hectares em fazenda (incluindo 100 mil que são áreas de preservação). Na safra 2015/16 foram 100 mil hectares dedicados à soja. Neste ciclo serão cerca de 110 mil, crescimento de 10% (desta área, 5% era formada por cana-de-açúcar e 5% de pastagem). Há praticamente 0% de milho verão plantado no local, mas a maioria aposta firma no milho segunda safra. A estimativa é de que haja 100 mil hectares de milho safrinha implantados em fevereiro (com produtividade de 84 sacas por hectares, se tudo ocorrer bem).
Apesar do clima de cuidado na hora de prever como deve se desenhar a safra, a Copasul espera que a produtividade, assim como a área plantada, também aumente de 54 sacas/hectare do ciclo passado para 60 sacas/hectare em 2016/17. “O clima até agora tem ajudado, não está sobrando chuva, mas até agora não faltou. Claro que esse é um aspecto que está fora do nosso controle e precisamos esperar”, analisa Yoshihiro Hakamada, vice-presidente da Copasul.
Escalonamento de plantio previne quebra
Na Fazenda Santa Marta, em Naviraí, Luiz Augusto de Melo tem pressa para várias atividades do empreendimento, mas não para plantar toda a soja de uma única vez. O plantio no local começa por volta de 20 de setembro e segue até início de novembro, propositalmente. No ciclo passado, enquanto uma área de soja colhida mais cedo chegou a produzir 80 sacas por hectare, outra do tarde não foi colhida por excesso de chuva. Na média a propriedade fechou uma média de 52 sacas por hectare. A tática representa uma boa aposta para evitar que toda a lavoura sofra com uma intempérie.
“Nosso foco é a pecuária de melhoramento genético. Mas com a rotação de cultura e manejos de revezamento em áreas de pastagens, nós conseguimos ter uma alta produtividade de grãos e também do gado”, diz. Nesta terça-feira (2) os funcionários da fazenda concluíam o plantio do último talhão dos 770 hectares semeados na fazenda com soja. A propriedade tem um total de 2 mil hectares.
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