Entre produtores e profissionais do agronegócio, 65 pessoas participaram do lançamento da Expedição.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O campo que, na safra 2016/17, deve produzir 215 milhões de toneladas serviu de palco, desta vez, para produzir informações. Um novo seminário, em Rondonópolis (MT), com a participação de 65 pessoas, entre produtores e profissionais do agronegócio, marcou o lançamento oficial da 11ª edição da Expedição Safra.

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Durante o evento, que ocorreu na Fazenda São Carlos, o coordenador da Expedição Safra, Giovani Ferreira, apresentou um panorama completo a respeito da retomada da produção, depois da quebra climática na temporada passada.

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Entre os dados, Ferreira destacou que o país pode dobrar a colheita de grãos, tendo em vista o crescimento da demanda, mas precisa superar desafios logísticos e de planejamento para se mostrar como um fornecedor seguro.

“Foi o caso do milho, aumentamos as exportações em 2015 e o mercado interno ficou desabastecido. Precisamos de estratégia”, salientou Ferreira. “Apesar de ser o primeiro exportador de soja, café, somo competitivos apenas em 40% desse mercado internacional. Podemos participar muito mais, mas precisamos de eficiência e competitividade. Tem muita coisa para trabalharmos ainda”, acrescentou.

O coordenador da Expedição Safra, Giovani Ferreira, apresentou um panorama completo do agronegócio no Brasil.
O produtor Luiz Antonio Ortolan Salles, proprietário da Fazenda São Carlos, em Rondonópolis (MT).
Gerente regional da Caixa no estado, João Henrique Cruz de Oliveira.
Engenheiro agrônomo do grupo Bom Jesus , Luis Henrique Vigolo
O coordenador da Expedição Safra, Giovani Ferreira, apresentou um panorama completo do agronegócio no Brasil.
O coordenador da Expedição Safra, Giovani Ferreira, apresentou um panorama completo do agronegócio no Brasil.
O coordenador da Expedição Safra, Giovani Ferreira, apresentou um panorama completo do agronegócio no Brasil.
Dirceu Dias, gerente de negócios da Seara Mato Grosso.
O coordenador da Expedição Safra, Giovani Ferreira, apresentou um panorama completo do agronegócio no Brasil.

Em relação à logística, o coordenador da Expedição Safra reforçou que o Canal do Panamá terá um papel fundamental no escoamento da produção brasileira, assim que as taxas cobradas para a transposição se tornem mais competitivas, e é preciso estar preparado para quando isso acontecer. “Eles estão o agronegócio brasileiro, pela viabilidade econômica do Arco Norte em enviar grãos para Ásia de um modo geral. O Canal vai mudar a realidade da logística brasileira na próxima década”, afirmou Ferreira.

Pela primeira vez, o projeto foi lançado no Mato Grosso, que é o maior produtor de grãos do Brasil. Nesta temporada, o estado tem potencial para colher quase 30 milhões de toneladas de soja – 2 milhões a mais que no ciclo 2015/16. “51% do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso vem do agronegócio e precisamos que o setor continue pujante”, reforçou o gerente regional da Caixa no estado, João Henrique Cruz de Oliveira.

Agricultura Resiliente

Na segunda apresentação do dia, o engenheiro agrônomo do grupo Bom Jesus , Luis Henrique Vigolo, salientou que a vocação do agronegócio é produzir alimentos e, pensando na segurança alimentar, os preços têm que ser acessíveis. Por isso, para tornar o negócio viável, o produtor tem que buscar a máxima eficiência, isto é, a agricultura resiliente.

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“Na floresta, o que o sistema produz é o que ele consome, é a eficiência do meio”, explicou. “Às vezes, a gente está pecando, temos que oferecer diversidade temporal, tornando o sistema mais produtivo e viável durante o ano todo, ou com rotação de culturas, em consórcio, além do manejo integrado de pragas”, complementou Vigolo.

O grupo Bom Jesus é parceiro na Fazenda São Carlos. Numa área de 6,5 mil hectares, tem conduzido experimentos para aproveitar o melhor o controle de pragas com o uso racional de agroquímicos, além de consolidar práticas sustentáveis, como o plantio direto na palha. Entusiasta de uma agricultura ecológica, mesmo em sistemas de larga escala, o dono da propriedade, Luiz Antonio Ortolan Salles, reforça que é preciso produzir sem “agredir”. “O plantio direto tem que ser bem-feito, senão não adianta, só desestimula, porque pensam que ele não dá certo, sendo que é uma coisa que é 100% segura”, frisou.