O ciclo 2016/17 da soja no Paraná será de recordes, pelo menos é no que acreditam os produtores rurais do estado. Nos mais de 2 mil quilômetros percorridos pela Expedição Safra na última semana, o que se viu foram lavouras com crescimento a todo vapor e produtores confiantes de que a safra de verão terá excelentes resultados. Mas, apesar do otimismo, todos mantêm a pulga atrás da orelha ao falar de clima. Com a ocorrência do fenômeno climático La Niña (mesmo que de fraca intensidade), a irregularidade das chuvas deve ser uma constante. E no Paraná há um motivo a mais para se preocupar com isso.
As regiões Norte, Noroeste, Oeste e parte do Sudoeste, que respondem por mais da metade da produção da oleaginosa no estado, apostam firme na segunda safra (na maioria dos casos, de milho). Para que a safrinha (como é conhecida) seja viável, a colheita da soja precisa ser feita entre o fim de janeiro e o início de fevereiro. O resultado dessa realidade: quem pôde plantou o mais cedo possível. Agora, o alerta é para o caso de as previsões de chuvas irregulares se confirmarem. E os produtores, por todas as regiões visitadas pela expedição, demonstram apreensão quanto a esse fator. “Tudo vai se definir entre a última semana de novembro e a última semana de dezembro, porque a gente viu que muitas regiões tiveram uma concentração maior do plantio em poucas semanas. Então o período crítico em relação ao desenvolvimento das plantas acaba se concentrando em poucas semanas e a condição de umidade do solo nessa safra vai ser chave no Paraná”, avalia Thadeu Silva, diretor de inteligência de mercado da INTL FCStone que acompanhou a Expedição Safra.
Previsão para a safra
O meteorologista Luiz Renato Lazinski recomenda aos produtores que redobrem a atenção em relação ao tempo nesse ano. Ele confirma a ocorrência de La Niña e que ela deixará o Paraná com chuvas bastante irregulares. “É difícil dizer quando ocorre um pico de chuva ou um período de estiagem. Porém, tudo indica uma diminuição de chuva conforme a soja vai avançando o seu ciclo”, diz. Segundo ele, as suposições que circulam entre os produtores de um possível período de seca no mês de janeiro ainda não podem ser previstas com precisão. “Mas o produtor que não espere um tempo tão favorável quanto teve nos últimos quatro ciclos”, alerta.