No primeiro grande evento do ano, setor que teve redução de produtividade em algumas regiões em 2016 dá sinais de que vem forte para 2017.
Entre os participantes do Show Rural, é unânime: se o evento - o primeiro grande encontro do agronegócio da América Latina - vai bem, o agro também irá nos meses seguintes. E, ao que tudo indica, 2017 será um ano de ouro para a agropecuária.
Nesta quarta-feira (8), ainda no terceiro dia da feira promovida pela Coopavel entre 6 e 10 de fevereiro, em Cascavel, a organização já divulgava que o movimento financeiro e de público devem superar as expectativas.
O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, afirma que nos três primeiros dias passaram pela feira 150 mil visitantes, o que faz do evento desse ano a maior edição da história. “Em termos financeiros, no ano passado o Show Rural movimentou R$ 1,2 bilhões. Nos três primeiros dias, nesse ano, já movimentamos R$ 1 bilhão. Acreditamos que vamos ultrapassar a marca dos R$ 1,5 bilhão que nós tínhamos previsto”, entusiasma-se.
O Show Rural já chegou a faturar R$ 2 bilhões, mas, no ano passado, com a crise econômica, o boicote das sete grandes montadoras de máquinas agrícolas do país – Case e New Holland (do grupo CNH Industrial), Valtra e Massey Ferguson (do grupo AGCO), John Deere, Agrale e Agritech e a queda na produção, o volume diminuiu.
Entre os expositores, o clima é de confiança, mas ainda com o pé no chão. Leonel Oliveira, gerente de vendas da Massey Fergusson no Brasil, contextualiza que a política fez o país perder o primeiro semestre em 2016. “Esse ano começa com uma expectativa de super-safra, os ânimos estão diferentes. É claro que o Brasil é um continente e é preciso manter a cautela, mas com o câmbio nos níveis atuais, com a China continuando com a sua importância e importando nosso produto, para o nosso negócio é um ano favorável”, diz. Ele menciona que o plano de pré-custeio e a chegada do Plano Safra, na segunda metade do ano, colocarão verba disponível para concretizar a retomada nas vendas de máquinas.
No calor de quase 35°C dentro da cidade que é o Show Rural, José Luiz Rabuske é um símbolo desse momento promissor. Com uma área de 40 hectares, ele quer comprar um trator mais potente que o atual. Depois de subir no modelo novinho em folha, saiu convencido: pretende fazer a troca já nos próximos meses, quando terminar a colheita da soja e do milho. “Dependo de financiamento, mas com uma boa produtividade, apesar de os preços estarem menores do que no ano passado, dá para se animar e apostar em melhorar o maquinário”, resume.