Clayton Sheiki Tessaro, um dos donos do grupo familiar Santa Ernestina – de 2 mil hectares. Depois de comprar um drone, ele pretende investir no monitoramento aéreo da área.| Foto: Felipe Rosa/TRIBUNA DO PARANA

A quebra de mais de 30% nas safras de soja e milho levou Sorriso, no Mato Grosso, a decretar situação de emergência na última safra. Com o início do novo ciclo, a tendência geral é manter o pé no chão para recomeçar. Mas, no município, isso não quer dizer deixar de investir em tecnologia. A Expedição Safra passou pelo local nesta terça-feira (8) e encontrou produtores otimistas com os resultados que estão por vir com o ciclo 2016/17.

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Nodimar Correa, produtor rural, faz questão de apresentar toda a propriedade dele, de 530 hectares, para mostrar os barracões novos que construiu para suas máquinas e equipamentos. Entre as benfeitorias, uma colheitadeira nova e implementos que adquiriu, a área está com cerca de R$ 900 milhões a mais investidos do que no ciclo anterior. Sem contar uma adubação especial feita em três etapas, mesmo após uma safra 2015/16 com 50,5 sacas de soja por hectare (o normal para ele é acima de 60 por hectare) e, no caso do milho, 64 sacas por hectares (quando o normal seria acima de 100). “Se a produção aumenta um pouco, já consigo pagar a parcela. Sem contar que as máquinas de qualidade fazem uma diferença enorme no resultado”, justifica.

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Na propriedade de Correa, após um susto no mês passado, tudo está indo bem até o momento. O plantio dele ocorreu de 6 a 26 de outubro, um pouco mais tarde do que a média da região (que começou no dia 15 de setembro). “Para mim, o período do plantio foi muito tenso porque tenho duas áreas e a chuva chegava exatamente naquele que tinha planejado plantar depois. Eu com as máquinas todas prontas para plantar, a chuva chegava no vizinho e não caía na minha área. Mas no fim deu tudo certo e o desenvolvimento da minhas soja está em um ótimo ritmo”, diz.

Sorriso é considerada a capital nacional da soja, mas, na última safra, chegou a decretar situação de emergência por causa da quebra climática de 30%.
Controle aéreo: com imagens de drones, produtores já conseguem monitorar qualidade da germinação de sementes, diferença no desenvolvimento das plantas pela cor e combate a ervas daninhas.
O produtor Clayton Sheiki Tessaro aprendeu a operar o equipamento e planeja investir mais: “Já estou em contato com técnicos para implantar um sistema com a utilização de imagens aéreas”.
Os 640 mil hectares de soja de Sorriso já estão todos plantados.
O Sindicato Rural de Sorriso estima uma produtividade média de 55 sacas por hectare na soja.
Produtores dizem que o clima colaborou e o desenvolvimento das plantas segue em ritmo bom.
Situação bem diferente do último ciclo, quando houve quebra de 30% na safra.
Nesta ano, para responder a quebra, o produtor Nodimar Correa investiu R$ 900 mil a mais do que na safra passada.
Correa tem uma área de 530 hectares e fez uma adubação especial em três etapas para garantir o bom desempenho.
Sobre o investimento, o produtor diz: “Se a produção aumenta um pouco, já consigo pagar a parcela. Sem contar que as máquinas de qualidade fazem uma diferença enorme no resultado”.

Outro produtor que investe em tecnologia em Sorriso é Clayton Sheiki Tessaro, um dos donos do grupo familiar Santa Ernestina – de 2 mil hectares. Recentemente, em uma viagem aos Estados Unidos, ele comprou um drone. Tessaro já aprendeu a operar e por enquanto ainda faz uma análise mais visual do desenvolvimento da propriedade. Entre os aspectos que já consegue ver estão a qualidade da germinação de sementes, a diferença no desenvolvimento das plantas pela cor e controle de ervas daninhas. “Já estou em contato com técnicos para implantar um sistema com a utilização de imagens aéreas. Nós já usamos mecanismos de agricultura de precisão na propriedade”, relata.

Sindicato Rural espera safra cheia

Os 640 mil hectares de soja de Sorriso já estão todos plantados. E no que depender da torcida do vice-presidente do Sindicato Rural do município, Tiago Stefanello, o ano será de sucesso nas lavouras. Ele conta que a frustração da safra anterior, por causa do clima, não é uma situação comum para a região. Stefanello estima uma produtividade média de 55 sacas por hectare na soja e, após a colheita da oleaginosa, um rendimento de 110 sacas por hectare no milho safrinha. “Estou otimista nesse ano, tirando problemas pontuais que podem ser ocasionados por estiagens isoladas, a partir da metade de janeiro já estaremos aptos a colher”, projeta.