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Estados Unidos devem produzir e exportar menos grãos nesta safra, abrindo uma nova janela de mercado para o Brasil. | ALBARI ROSA/GAZETA DO POVO
Estados Unidos devem produzir e exportar menos grãos nesta safra, abrindo uma nova janela de mercado para o Brasil.| Foto: ALBARI ROSA/GAZETA DO POVO

A produção de soja e milho nos Estados Unidos deve ser 7,5 milhões de toneladas menor em 2018. Revelada ontem durante o Agricultural Outlook Forum 2018, no painel Grains and Oilseeds Outlook, a estimativa é do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O potencial inicialmente estimado é de 365,5 milhões de toneladas de milho e 117,57 milhões de toneladas de soja. Em 2017 o desempenho foi de 371 milhões e 119,5 milhões de toneladas, respectivamente.

Joanna Hitchner, analista do USDA, apontou que, além da produção, as exportações de milho dos Estados Unidos também devem ser menores na atual temporada. Segundo ela, os norte-americanos devem perder participação no mercado internacional do cereal, sobretudo para o Brasil. Os embarques de milho dos EUA em 2018 devem somar 48,26 milhões de toneladas, 3,8 milhões de toneladas a menos que no exercício anterior.

Oportunidade para o Brasil

O recuo dos EUA abre uma janela de oportunidade para o produto brasileiro. Em 2017 o Brasil exportou 29,22 milhões. Para 2018, a projeção da Expedição Safra do Agronegócio da Gazeta do Povo é de embarcar pelo menos 32 milhões de toneladas.

O crescimento nas exportações do Brasil está alavancado em novos mercados, principalmente o México, que pode passar a preferir o milho do Brasil em detrimento das compras dos EUA.

Na soja, ao contrário do milho, explica Hitchner, a intenção dos EUA é ampliar as exportações. Ela admite que não será uma tarefa fácil, de novo por conta da forte presença do Brasil nesse mercado. Eles querem exportar 62 milhões de toneladas, 5,4 milhões de toneladas acima do desempenho da temporada anterior.

Caso se confirme a previsão norte-americana, o Brasil consolida a sua liderança nesse mercado. No ano passado, o país embarcou 68,15 milhões de toneladas. Para 2018 a Expedição Safra projeta vendas externas superiores a 69 milhões de toneladas.

A explicação para a safra menor nos Estados Unidos em 2018 está no clima. Depois de duas safras de clima espetacular, sem precedentes, os analistas acreditam que as condições climáticas não devem favorecer a produtividade. Clima vs produtividade, foi essa a equação que fez a diferença nos dois últimos ciclos aos produtores norte-americanos. O rendimento do milho cai de 11,1 toneladas/hectare para 9,77 toneladas/hectare. A soja de 3,3 t/ha para 3,19 t/ha.

Renda agrícola nos EUA cai 50% em cinco anos

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Cotações

A direção apontada para a produção e exportações dos Estados Unidos não altera o histórico ou o cenário de cotações internacionais deprimidas verificadas nos últimos anos.

De acordo com projeções do próprio USDA, a cotação média da soja, em dólares/bushel será de US$ 9,25/bu, o equivalente a 0,5% menor que a média praticada em 2017, de US$ 9,30/bu. Já o milho tem potencial para uma variação positiva de 3%, com impacto muito pequeno no preço final, de US$ 3,3/bu para US$ 3,4/bu.

A renda líquida em queda na atividade agrícola dos EUA é reflexo das cotações pós 2013, quando soja e milho observaram preços recordes no mercado internacional. Desde então, conforme acompanhamento e projeção do USDA, a renda dentro da propriedade rural nos Estados Unidos terá caído 50% ao final de 2018.

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