A principal região produtora de soja em São Paulo, no sudoeste do estado, respira aliviada neste início de semana após a chegada da chuva, aguardada há pelo menos quinze dias. As precipitações devem ajudar a minimizar as perdas de produtividade que, no entanto, já são dadas como certas na safra atual.
“Estamos no meio do ciclo, entrando na fase de enchimento de grãos, em que a chuva é muito importante. A falta de umidade pegou a soja na veia, já se fala em quebra de uns 20%”, diz José Dias, gestor de comercialização da Coopermota, cooperativa com dois mil associados que tem sede no município de Cândido Mota e atua no Vale do Paranapanema, Alta Paulista, Sudoeste e Pontal do Paranapanema.
O produtor Adilson Geraldo Andreotti, de Cândido Mota, inspecionou a lavoura no final de semana e constatou: independentemente da normalização das chuvas, não há mais chances de alcançar o ótimo desempenho do ano passado. “No início do ciclo, o desenvolvimento da soja foi meio amarrado, por excesso de umidade. Agora tivemos esse problema grave da falta de chuva, e a soja vai acumulando essas duas perdas. Já não tem o mesmo potencial produtivo do ano passado”, aponta Andreotti, que cultiva 400 hectares no município de Cândido Mota.
Em relação aos índices de comercialização, José Dias calcula que cerca de 20% da leguminosa já foi vendida pelos produtores, dentro da média esperada. Andreotti vendeu menos do que isso. “Não tenho por tradição fazer venda antecipada muito grande. Estou com menos de 10% negociado, terei de vender mais uns 30% na colheita, para cobrir os custos de produção. Gosto de ficar analisando o mercado”, resume.
Segundo a Conab, São Paulo é o sétimo produtor de grãos no país, com 4% do total. Lideram a produção o Mato Grosso (26,2%), Paraná (17,2%), Rio Grande do Sul (15,1%), Goiás (9,4%), Mato Grosso do Sul (7,9%) e Minas Gerais (5,9%).
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