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A chuvarada atrapalhou o manejo ao longo do ciclo e trouxe doenças às plantações. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
A chuvarada atrapalhou o manejo ao longo do ciclo e trouxe doenças às plantações.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

As chuvas não têm dado trégua no Paraná e já começam a interferir nos trabalhos de campo. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), da secretaria estadual de agricultura, a colheita da soja sequer começou no estado. Pelo menos não de forma significativa, conforme o boletim divulgado nesta terça-feira (6). Nesta mesma época do ano passado, cerca de 6% da área semeada já haviam sido colhidos. No caso do milho, o atraso é mais moderado: 1% de área colhida na campanha atual contra 3% na passada.

“Basicamente, tanto para a soja quanto para o milho, não se tem colheita expressiva em janeiro. Na primeira e segunda semana de fevereiro é que o trabalho fica mais intensificado”, pontua o analista do Deral, Edmar Gervásio. “Mas nesta safra teremos um atraso. O plantio foi mais tarde e o excesso de chuva fez com que o ciclo das plantas se alongasse. Devemos ter um atraso de 10 dias, desde que as condições de clima sejam mais favoráveis.”

Sobre a possível interferência do atraso para o calendário do milho safrinha, Gervásio salienta que ainda há tempo hábil para recuperar o ritmo, já que a maior parte da semeadura no Paraná ocorre até o final deste mês.

O governo também garantiu que vai prorrogar em dez dias o prazo para o zoneamento agrícola, mas só àqueles produtores cujo período de semeadura termina no dia 10 de fevereiro, de acordo com a Federação da Agricultura do Paraná (FAEP).

VÍDEO: Confira a análise do coordenador do Departamento Técnico da FAEP sobre o seguro rural

O boletim do Deral mostra ainda que as condições das lavouras também foram impactadas. Embora não haja soja avaliada como “ruim”, o número de plantas com a classificação “média” está em 14%. Na safra passada, eram apenas 3%. Para o milho, o departamento estima 1% de lavouras em condições ruins e 15% em condições médias. Na temporada 2016/17, os índices eram de 0% e 6%, respectivamente.

A chuvarada atrapalhou o manejo ao longo do ciclo e trouxe doenças às plantações, o que explica, em parte, o aparecimento de pés de soja que não dão grão, especialmente na região Oeste, algo que nunca tinha sido visto até então. Os casos de ferrugem asiática também têm sido mais frequentes no Paraná.

“A safra passada foi fora da curva. Num primeiro momento, nos encaminhamos para uma colheita relativamente tranquila. Não há desabono em questão de produtividade. Mesmo com mais chuvas, a maioria está em boas condições”, afirma Gervásio. “De clima, devemos ter uma condição mais favorável nos próximos dias, inclusive os relatos de campo dizem que a atividade está começando a se intensificar, principalmente no Oeste. Até sábado, devemos ter nebulosidade, mas sem chuvas ou somente pancadas isoladas.”

Seguro

Diante das condições climáticas instáveis no Paraná, o coordenador do Departamento Técnico da FAEP, o economista Pedro Loyola, explica como o seguro rural pode amparar o produtor.

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