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Expedição Safra

Soja e milho passam (quase) imunes aos extremos climáticos no Sul

Apesar das adversidades climáticas, a soja e o milho cultivados na região estão em boas condições. Pelo menos por enquanto. | Arquivo/Gazeta do Povo
Apesar das adversidades climáticas, a soja e o milho cultivados na região estão em boas condições. Pelo menos por enquanto. (Foto: Arquivo/Gazeta do Povo)

Entre uma estiagem severa no Rio Grande do Sul e chuvas que não param no Paraná, a safra no Sul do Brasil entra numa fase decisiva. Apesar das adversidades climáticas, a soja e o milho cultivados na região estão em boas condições. Pelo menos por enquanto.

No Paraná, por exemplo, cuja colheita do ciclo de verão ganha força na segunda quinzena de fevereiro (simultaneamente com o plantio da safrinha), o grande volume de chuva tem beneficiado as lavouras, mesmo com a dificuldade em se fazer os tratos culturais e a eventual ocorrência de doenças, sobretudo as fúngicas. “É claro que a chuva em excesso pode gerar incômodos, mas nesse primeiro momento é muito difícil cravar qualquer coisa, até porque as plantas estão em floração e frutificação [90% no caso da soja e 80% no do milho], que são fases de desenvolvimento em que as chuvas são benéficas. A chuva pode eventualmente prejudicar o trato cultural, trazer doenças, mas agora é difícil cravar”, afirma Edmar Gervásio, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da secretaria estadual de agricultura.

Em Santa Catarina, a soja não enfrenta problemas: é o milho que desperta preocupações. Com consumo do cereal estimado em 6 milhões de toneladas, impulsionado pela indústria de carnes, o estado consegue produzir, geralmente, apenas metade do que necessita, mas nesta safra nem isso.

O estado espera uma redução de 16% na produção, com menos área e produtividade menor, devido às chuvas esparsas em setembro, no início do plantio, e no início de dezembro. “Em setembro ficamos de 15 a 20 dias sem chuva, o que prejudicou quem plantou cedo no extremo Oeste do estado. Eles estão colhendo agora e a produtividade vai baixar em até 20%”, explica o engº agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Haroldo Tavares Elias. “Na região de Campos Novos, houve também 15 dias sem chuva em dezembro, pegou a fase de floração em algumas áreas. Ali, devemos ter 5% de quebra.”

Já no Rio Grande do Sul, que planta milho mais cedo que os vizinhos, pouco mais de 10% das lavouras já foram colhidos e, segundo a Emater local, estão com bom desempenho, mesmo com a seca prolongada que vem desde o começo do mês em algumas regiões. “De forma geral, dentro do modelo do estado, não existe exceções, está tudo dentro da média”, salienta o assistente técnico em Culturas da entidade, Alencar Paulo Rugeri.

Ele destaca que, tanto para soja, quanto para o milho, as lavouras começam a entrar em fase crítica com relação ao déficit hídrico, ainda que, nos polos produtivos gaúchos, as condições climáticas não sejam desfavoráveis. “Temos que aguardar mais para ver como a balança anda daqui pra frente. Nessa semana, tem previsão de chuva. Até tivemos algumas, mas não de forma generalizada”, frisa.

Nesta quinta-feira (18), acompanhe o andamento da safra no Matopiba.

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