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Paraná praticamente encerra plantio de ‘grão de ouro’, mas acende alerta para doença

Plantio de soja já alcançou 98% das áreas destinadas ao grão no Paraná. Faltam apenas cerca de 120 mil hectares dos 5,4 milhões  a serem cultivados, segundo dados do Deral. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO
Plantio de soja já alcançou 98% das áreas destinadas ao grão no Paraná. Faltam apenas cerca de 120 mil hectares dos 5,4 milhões a serem cultivados, segundo dados do Deral. (Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO)

O estado do Paraná está a um passo de completar o plantio da soja, com um alerta: os focos de possível ferrugem asiática, doença fúngica que compromete as lavouras. Segundo dados divulgados no final desta terça-feira (27) pelo Departamento de Economia Rural do Estado (Deral), 98% do plantio já foi concluído.

Agora, restam apenas algumas poucas áreas em regiões mais ao Sul do estado para concluir essa etapa. “Historicamente é assim. No Sul tem o trigo, então enquanto não tira o cereal do campo, o produtor não pode plantar a soja”, explica Marcelo Garrido, economista do Deral. Ele estima que, se não houver problemas climáticos, em até dez dias o plantio deve ser concluído.

Das regiões que terminaram o plantio, as lavouras mais avançadas estão nas regiões de Cascavel e Toledo, no Oeste, e Umuarama, no Noroeste. “Pelo calendário de zoneamento agrícola, já era permitido o plantio desde 11 de setembro. No ano passado, os produtores demoraram mais para plantar por conta de uma seca muito forte. Nesse ano, o clima úmido contribuiu [para a semeadura]”, explica o analista.

Situação das lavouras

Se tudo correr conforme o previsto, as primeiras colheitas devem acontecer entre o fim de janeiro e início de ferreiro. Até o momento, 97% das lavouras estão em condições boas e 3% em condições médias, conforme o último relatório divulgado pelo Deral.

Apesar disso, o clima úmido também traz focos de possível ferrugem asiática. Segundo Garrido, os produtores irão aumentar o número de aplicações de defensivos nas lavouras para evitar problemas. “Até o momento não há nada que garanta que [a doença] tenha se instalado”, afirma o especialista. Com isso, pelo menos por enquanto, a perspectiva é de safra cheia.

Ameaça de ferrugem

O mapa do Consórcio Antiferrugem, elaborado pela Embrapa Soja, já identificou 22 pontos de ocorrências no Paraná, além de uma no Mato Grosso do Sul, duas em Santa Catarina e quatro em São Paulo. O primeiro foco neste ano foi identificado em Marechal Cândido Rondon, no início de novembro.

Até o mesmo período da safra iniciada no ano passado, eram duas ocorrências no Paraná, uma no Rio Grande do Sul e uma em São Paulo. Apesar disso, o plantio havia começado mais tarde e o clima estava mais seco – o que desfavorece o aparecimento dos focos de ferrugem.

“A expectativa agora fica quanto ao clima. A perspectiva é muito boa e tenhamos mesmo um clima úmido. No momento trabalhamos com a estimativa de 19,6 milhões de tonelada [de soja no Paraná], sem motivos para quebra. Claro que problemas pontuais sempre existem, dependendo da região ou da propriedade”, completa Marcelo Garrido.

Na safra 2017-18, o Paraná colheu 19,16 milhões de toneladas do grão.

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