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| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Desde que foi registrado o primeiro foco de ferrugem asiática em lavoura comercial de soja no país, dia 31 de outubro no município paranaense de Porto Mendes, novos registros da doença têm aparecido em ritmo quase diário, principalmente no Paraná.

Segundo dados do Consórcio Antiferrugem, já são hoje 14 focos detectados nesta safra 2018/19: dois em São Paulo, um em Santa Catarina e onze no Paraná (Mariópolis, São Pedro do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon, Nova Santa Rosa, Nova Cantu, Ubiratã, Juranda, Campo Mourão, Peabiru, São João do Ivaí e Jaguariaíva).

O primeiro foco foi detectado no último dia de outubro. Desde então, a incidência da doença tem crescido rapidamente e em pontos bem distribuídos. A pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, aponta que a maioria das lavouras com ferrugem foram semeadas no início de setembro e encontram-se com o dossel fechado (12 lavouras estão em fase de desenvolvimento R1 e uma em V8). “O problema é que as chuvas atrasaram as semeaduras e temos soja em várias fases de desenvolvimento e, em algumas regiões, ainda estão semeando soja. Por isso, é preciso atenção para não perder o controle nessas primeiras áreas que podem gerar grande quantidade de inóculo para lavouras que ainda estão sendo semeadas”, alerta a pesquisadora.

Até agora, o ambiente tem sido favorável para a infecção do fungo, com presença de molhamento foliar. A orientação de Godoy é para o início do controle de proteção nas regiões onde há registro da ferrugem que apresentam lavouras em fase de fechamento.

“As chuvas frequentes que favorecem a doença, muitas vezes, impedem a aplicação de fungicidas no momento ideal”, diz a pesquisadora. “E é importante manter a lavoura protegida, uma vez que a eficiência curativa dos fungicidas atualmente disponíveis é baixa”, alerta.

No ano passado, o consórcio antiferrugem detectou 642 focos de ferrugem asiática da soja no Brasil. O estado com maior incidência foi o Rio Grande do Sul (125), seguido por Mato Grosso (114) e Paraná (113). A ferrugem é a principal doença da cultura da soja e, devido à adaptação do fungo, tem havido uma contínua redução da eficiência dos produtos químicos para combatê-la. A doença, que chegou ao Brasil em 2001, pode causar perdas de produtividade de 10% a 90%.

Cláudia Godoy orienta os produtores a consultarem os resultados de eficiência dos fungicidas para o controle da ferrugem e utilizar os multissítios para aumentar a eficiência das aplicações. Consulte a publicação: Eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2017/2018: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos.

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