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Edson Martins de Oliveira, da Castrolanda, fala aos produtores participantes do seminário da Expedição Safra em São Paulo | Michel Willian/
Edson Martins de Oliveira, da Castrolanda, fala aos produtores participantes do seminário da Expedição Safra em São Paulo| Foto: Michel Willian/

Apesar das crises financeiras, das turbulências provocadas por guerras comerciais e da verdadeira loteria que são as condições climáticas, existem muitas oportunidades para o mercado do agronegócio no Brasil, que continua crescendo no país e no mundo. Entretanto, ganhar mercado em um campo tão competitivo e de escala global vai depender, cada vez mais, de o produtor rural dominar as tecnologias disponíveis e ter acessi à informação de qualidade para tomar as melhores decisões, sejam na lavoura ou na hora da compra de insumos e da venda da produção.

Essa foi a tônica do Seminário Expedição Safra, que ocorreu na última segunda-feira (6) em Itapeva (SP), e reuniu dezenas de convidados entre técnicos, produtores e analistas do agronegócio para falar tanto sobre questões estratégicas e financeiras quanto sobre aspectos técnicos do manejo das condições da lavoura. O seminário foi apenas um de vários outros que ocorrerão ao longo do ano pelo país, conforme frisou o coordenador comercial de Sementes da Cooperativa Castrolanda, Edson Martins de Oliveira. A cooperativa foi anfitriã do evento.

A primeira palestra foi do coordenador da Expedição Safra, o jornalista Giovani Ferreira, que discorreu sobre a situação do agronegócio no Brasil e no mundo. Ele aproveitou para anunciar o começo da etapa Sudeste da expedição, na qual uma equipe de jornalistas e técnicos vai percorrer regiões produtoras de soja e milho nos estados de São Paulo e Minas Gerais, além de Goiás (no Centro-Oeste) para acompanhar a fase de colheita da safra 2018/2019.

Ferreira destacou que hoje 25% do PIB do Brasil é gerado pelo agronegócio e que a explosão da produção de grãos no país começou a cerca de uma década, transformando-nos em pouco tempo numa das maiores potências nesse mercado, cuja demanda mundial vem igualmente subindo. Ele lembrou também que países da América do Sul, como Argentina e Paraguai, estão retomando as suas produções de milho, soja e trigo. “Foram produzidas 360 milhões de toneladas de soja no mundo em 2018, 115 milhões só no Brasil, outras 60 milhões na Argentina e mais 10 milhões no Paraguai. Uruguai e Bolívia produziram 7 milhões. Resumindo, a América do Sul produziu 60% ou mais da safra mundial”, observou.

Já para a safra deste ano no Brasil, apesar da estiagem que afetou boa parte das lavouras no final do ano passado e início deste ano, Ferreira acredita que, devido ao aumento da área plantada no país, o volume total produzido deve ficar próximo ao do ano passado: 115 milhões de toneladas. “Mas o nosso potencial era para produzir 125 milhões de toneladas nesta safra, não fosse o problema do clima”, pontua.

Rodolfo Trevisan, representante da Caixa Econômica Federal, falou sobre gestão financeira do agronegócio. Ele explicou que no cenário mundial, apesar das crises provocadas pela guerra comercial entre China e Estados Unidos, é de crescimento da demanda. Apesar do dólar ter uma estimativa de queda em relação ao ano passado, o que é ruim para as exportações, o produtor deve focar em aumentar a produtividade. “A orientação é deixar a especulação de mercado lado e se voltar para a produção, até para sua própria proteção”, afirmou, alertando ainda para a necessidade de se ter uma reserva financeira para situações de emergências, como uma estiagem não esperada.

Michel Willian

Quem finalizou o seminário foi o professor Eduardo Fávero Caires, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que ministrou uma verdadeira aula sobre a fertilização de solos para altas produtividades. Ele falou da sua pesquisa de 25 anos com o gesso, um elemento importante para incrementar o bom desenvolvimento das plantas de soja, mas muitas vezes mal usado pelos produtores.

Caires explicou também que os solos do Brasil são, no geral, pouco férteis e que por isso o uso de técnicas como o plantio direto são importantes para dar maior sustentabilidade para a lavoura. “É preciso ter a palhada sobre a superfície do solo e fazer um sistema de rotatividade de culturas”, concluiu.

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