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Expedição Safra

Chuva ameaça embarque de grãos em 2016

Armazéns lotados em Londrina aguardam vazão em Paranaguá. | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Armazéns lotados em Londrina aguardam vazão em Paranaguá. (Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo)

As chuvas atrasam o fim do plantio da soja, atrapalham a aplicação de defensivos e atravancam as exportações de grãos. O quadro preocupa o campo e agora sobrecarrega também o sistema logístico do Paraná, apurou a Expedição Safra, em viagem pelo Sul do País.

Os carregamentos foram interrompidos 15 dias em outubro e 15 dias em novembro, conforme a Administração dos Portos de Paraná e Antonina (Appa). Nos próximos dez dias, os shiploaders do Corredor de Exportação devem continuar operando dia sim, dia não. O Corredor exportou 10% mais nos últimos dois meses do que no mesmo período de 2014. Foram 2 milhões de toneladas de grãos. Mas a demanda por embarques também é maior e deve extrapolar o fim do ano.

Empresas de logística estão com armazéns carregados no interior esperando que as operações de Paranaguá deem vazão ao milho. “Vai chegar a soja [a nova colheita começa em um mês] e ainda vamos estar com milho em janeiro e fevereiro”, afirma Mauro Sergio Rodrigues, gerente comercial da Seara, que tem três complexos de armazenagens no Paraná e um em Mato Grosso –cada um com capacidade para 100 mil toneladas –, todos carregados.

Espera

Dois terços dos 60 navios ao largo do Porto de Paranaguá aguardam embarque de grãos. A espera pode durar mais de um mês. O histórico de filas de navios às portas do Paraná abriu precedente para que cargas de grãos do Oeste do estado fossem encaminhadas para o Porto de Rio Grande (RS), onde a espera dura duas semanas. E esse “cano de escape” tende a ser acionado novamente se as chuvas continuarem travando as exportações via Paranaguá, avalia o trader Christian de Almeida e Souza, da I. Riedi, de Cascavel.

“Cada vez que chove, [o carregamento] atrasa mais um dia”, afirma o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino. Ele avalia que o avanço de 10% deve-se ao “conjunto de obras e intervenções [de R$ 511 milhões] que permitiram ganho substancial de produtividade”.

Chuvas

As chuvas dos últimos dois meses causaram três vezes mais pausas que no ano passado.

Para contornar a situação, não haverá pausa na virada do ano em Paranaguá. A manutenção operacional, desta vez, deve ser feita com a estrutura portuária em funcionamento. “Vamos trabalhar para embarcar até 2 milhões de toneladas em dezembro e compensar toda a diferença até o dia 31. Se não, seguiremos a todo vapor para que até 15 de janeiro tudo esteja resolvido”, afirma Dividino.

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