Em Santa Catarina, líder nacional em produção (900,4 mil t) e exportação (194,5 mil t) de carne suína, os produtores estão empolgados com a recente recuperação do preço. Nas últimas quatro semanas, o valor do quilo do animal vivo no mercado independente subiu de R$ 3,30 para R$ 4,05, de acordo com os indicadores da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS). E de R$ 2,99 para R$ 3,56, segundo o indicador do Cepea/Esalq. As principais agroindústrias do estado também reajustaram o preço pago aos integrados e cooperados em R$ 0,10, para R$ 2,90 (JBS e BRF) e R$ 3 (Aurora).
Roteiro
Na estrada desde o início de agosto, a Expedição Suinocultura 2016 já percorreu 3,1 mil quilômetros pelas principais regiões produtoras de carne suína do Paraná e de Santa Catarina. Na próxima semana, a equipe de técnicos e jornalistas vai percorrer o Rio Grande do Sul, o segundo maior produtor e exportador do Brasil. Todas as informações da Expedição Suinocultura 2016 estão no site
www.expedicaosuinocultura.com.br
Embora ainda esteja abaixo do desejado pelo setor, o aumento é um alívio para os 8 mil suinocultores do estado, que sofreram com a crise provocada pelo aumento do preço do milho, atualmente cotado a R$ 43. “O primeiro semestre do ano foi terrível. Mas as perspectivas são positivas. Esperamos que o preço da soja e milho ceda um pouco e que o preço do suíno aumente. Os últimos dias foram positivos neste aspecto”, afirma Marcos Perazzoli, sócio e responsável pela parte administrativa da Granja Perazzoli, em Fraiburgo. Marcos é cooperado da Copérdia e abate 10 mil animais por mês.
Dono de 500 matrizes, o produtor Basílio Knakiezicz, de Nova Erechim, também tem confiança no futuro. “Antes nós estávamos pagando para trabalhar, só tínhamos prejuízos. Agora as coisas começaram a se acertar, mas ainda precisa melhorar”, diz. Em maio deste ano, o quilo chegou a custar R$ 2,84 pelo indicador Cepea/Esalq.
O aumento recente foi motivado pela redução na oferta de animais, a melhora gradativa no mercado interno e a exportação, que aumentou 19,6% no primeiro semestre de 2016 em Santa Catarina. “O mercado do suíno está vivendo uma fase tumultuada. Muita gente deixou a atividade, principalmente entre os independentes. Com a queda na produção, aos poucos, começa a ressurgir um equilíbrio entra a oferta e demanda”, diz Mário Lanznaster, presidente da Aurora Alimentos, 4ª maior empresa de produtos suínos do Brasil, sediada em Chapecó, com 18 mil abates/dia.
Segundo o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivanio Luiz de Lorenzi, a situação melhorou um pouco e isso é fundamental para retomar o ânimo dos produtores. No entanto, ele avalia que o valor ainda está bem abaixo do necessário para o suinocultor lucrar. “Nós ainda não pagamos os custos de produção. O mercado precisa reagir com mais força até o fim do ano para pelo menos empatar e não gerar prejuízos”, opina.
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