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Com apoio de 7 mil leitoas, Rambo paranaense enfrentou e venceu a crise

orge Rambo aproveitou a crise para adquirir  novas granjas | Albari Rosa/Gazeta do Povo
orge Rambo aproveitou a crise para adquirir novas granjas (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

Se em 2016 os suinocultores enfrentaram uma das piores crises da história, em 2017 a tormenta definitivamente já passou. O preço do quilo do suíno, que há um ano chegou a R$ 2,50 o quilo, neste ano alcançou, em alguns momentos, R$ 4, segundo dados da Associação de Suinocultores do Oeste do Paraná - Assuinoeste.

Os motivos são vários, e um deles é o milho. O grão estava nas alturas há 12 meses, com preços batendo R$ 50 reais a saca. Hoje a realidade é outra, chegando a ficar abaixo dos R$ 20. E o que isso tem a ver com os suínos? “Praticamente 70% da alimentação do animal é baseada no grão”, afirma Gilberto Minosso, presidente da Assuinoeste.

O problema é que a crise do milho fez muita gente deixar o negócio. Em Entre Rios do Oeste, Jorge Rambo - um dos maiores produtores independentes da região Oeste - tem 7 mil matrizes (fêmeas reprodutoras) e viu diversos colegas ‘baterem em retirada’. “Muitos pararam as atividades, houve uma diminuição grande no plantel. Quem ficou vivo no mercado, ganhou”, diz ele, que chegou a comprar uma produção vizinha.

Crises políticas e suinocultura

Outro motivo para o recuo foi a crise política, que impactou diretamente a economia nacional e o valor da moeda - e consequentemente o setor de carne suína. “Hoje a crise está superada”, opina Rambo. Mas ele revela que, nesse meio tempo, outra tempestade atingiu os suinocultores: a Operação Carne Fraca.

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Em março, quando o mercado estava se recuperando, o baque da operação derrubou os preços no cenário interno e externo para os produtores. “Chegou a R$ 2,6 [o quilo] em abril”, diz Rambo. Ele conta que, atualmente, o mercado está mais estável, com preço médio de R$ 3,50.

A estabilidade, aliás, é um forte desafio da suinocultura. Na opinião de Minosso, quem mais sofre com isso são os produtores integrados, que tem contratos fixos com frigoríficos. A aposta desses produtores, segundo o presidente da associação, é a Lei da Integração, estabelecendo uma remuneração mínima - e evitando prejuízos de produção.

Apenas os fortes sobrevivem

Essa flutuação de preços faz muitos suinocultores deixarem o setor - inclusive os independentes. “Podemos contar nos dedos esses produtores”, diz Gilberto Minosso. Mas o ‘soldado’ Rambo tem uma visão otimista: “Acompanho as estimativas e a carne suína vai crescer 25% até 2025, ao mesmo tempo em que 30% dos suinocultores vão desaparecer. Então, temos que abraçar essa causa e acreditar no desenvolvimento do nosso negócio”.

Neste sentido, além de não descartar novas aquisições para ampliar suas granjas, o produtor independente está finalizando a construção de um novo galpão e, em breve, deve ter concluída uma fábrica de rações exclusiva para abastecer seus animais. Ele conta com uma rede de cem suinocultores que também fazem o processo final de engorda de parte de sua produção. Ou seja, uma ‘estratégia de guerra’ para enfrentar concorrentes de peso no front de batalha pelo mercado, como cooperativas e sistemas integrados.

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