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Brasil tem mercado interno para dobrar consumo per capita de carne suína | DANIEL CASTELLANO/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Brasil tem mercado interno para dobrar consumo per capita de carne suína| Foto: DANIEL CASTELLANO/Agência de Notícias Gazeta do Povo

O consumo da carne suína no Brasil está em alta. Os dados mais recentes, do ano passado, apontam, que cada brasileiro levou à mesa cerca de 15 kg da proteína.

O volume médio per capita é 1 kg maior que o observado em 2014. Esse desempenho é atribuído pelos empresários a seguidas campanhas de esclarecimento junto ao consumidor. A finalidade é mostrar que a carne suína é saudável e deve fazer parte da dieta regular da população.

“Estamos desenvolvendo uma campanha de esclarecimento muito forte para que a população saiba os benefícios que a carne suína possui ao ser incorporada na alimentação diária”, afirma César da Luz, porta voz e consultor da Associação Paranaense de Criadores de Suínos (APS).

O Brasil é o quarto produtor mundial da proteína. Foram produzidas no ano passado 3,6 milhões de toneladas da carne (número 4,9% maior que o registrado em 2014). Desse volume, cerca de 550 mil foram despachados para o exterior (70 países, entre os quais a Rússia e a China como maiores clientes). Os maiores produtores mundiais são, pelo ordem, a China, União Europeia e Estados Unidos. O Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais são os principais produtores de carne suína do país, concentrando 80% das atividades.

Brasil pode dobrar consumo per capita

No Brasil, a média de 15 kg de consumo per capita ainda é baixa em comparação a tradicionais consumidores de carne suína, como a China, onde o consumo por habitante chega por ano a 30 kg em média.

O Brasil tem potencial para elevar esse consumo. “Não seria nada absurdo se falar em dobrar o consumo de carne suína no Brasil. Mas é claro que é preciso observar outros fatores, como mudança de hábitos de consumo e poder aquisitivo das famílias”, afirma Edmar Gervásio, analista da cadeia de suinocultura do Deral (Departamento Econômico Rural) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab).

Desde a colonização

A dieta com carne suína faz parte da vida do brasileiro desde os primeiros anos de colonização. Em 1532, a primeira leva para formação de rebanhos em terras brasileiras era trazida pelos portugueses, através de uma expedição comandada pelo navegador e militar português Martim Afonso de Sousa. O rebanho hoje é de 40 milhões de cabeças, 5,6% superior ao verificado em 2014.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), naquela época até tempos recentes, a criação não tinha qualquer preocupação com o desenvolvimento do rebanho. O melhoramento genético das espécies começou a ser trabalhado no início do século XX, na Europa e América do Norte, uma prática que se estendeu pelo resto do mundo e também chegou ao Brasil.

Tecnologia de ponta

Com vasto território e tradição na produção de alimentos, o Brasil logo se destacou na produção de carne suína. Os produtores são conhecidos pelo sistema intensivo de produção, marcado pelo controle sanitário e respeito às exigências internacionais de bem-estar animal. Na alimentação do rebanho, as rações são formuladas à base de milho, farelo de soja, farinha de trigo, açúcar, óleo de soja, vitaminas e minerais.

Investimentos na pesquisa genética ao longo de duas décadas também fizeram a diferença. Dados oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontam que a melhoria da espécie resultou em redução de 31% da gordura da carne, baixa de 14% de calorias e queda de 10% no colesterol. Com isso, a carne suína brasileira ganhou qualidade no sabor, além de ser mais magra e nutritiva.

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