Duas semanas após a compra do laticínio mineiro Itambé pela francesa Lactalis - dona das marcas Batavo e Elegê - , a Justiça suspendeu a operação.
A decisão do juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 1ª Vara Empresarial de São Paulo, interrompe um negócio que supera R$ 1,4 bilhão.
Agora suspensa, a situação fica congelada no patamar anterior ao negócio e pode dificultar as operações da empresa enquanto não se encontra uma solução. Antes de ser comprada pela companhia francesa, no início deste mês, a Itambé pertencia à CCPR (Cooperativa de Produtores de Leite de Minas Gerais).
Os franceses passaram na frente da Lala, companhia mexicana que também tentava comprar a Itambé e que recentemente comprou a Vigor, vendida pela J&F depois da crise provocada pela delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista em maio deste ano.
A cooperativa mineira dividia o controle da Itambé com a J&F, cada uma com 50%, desde 2013, mas neste ano resolveu exercer seu direito de preferência e recomprar a fatia que pertencia à família Batista.
Para exercer seu direito de preferencia e evitar o negócio com a Lala, a CCPR pediu apoio da Codemig (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais) e do BNDES.
A Codemig chegou a aprovar um aporte de R$ 587 milhões para a CCPR, mas o empréstimo não foi feito. A diretoria da CCPR preferiu fechar o negócio com a Lactalis.
Com a aquisição da Itambé, a Lactalis se firmaria como a maior compradora de leite do Brasil, ultrapassando a suíça Nestlé. No ano passado, a Nestlé captou 1,69 bilhão de litros, seguida pela Lactalis com 1,62 bilhão, e pela CCPR/Itambé com 1,1 bilhão, conforme ranking elaborado pela Associação Leite Brasil.
A Lactalis chegou ao país depois de adquirir os ativos que pertenciam à BRF, quando a companhia decidiu deixar de atuar em lácteos. Além das fábricas, foram compradas marcas como Batavo e Elegê.
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