Para segurar o preço do milho, o Ministério da Agricultura vai lançar um edital para vender 500 mil toneladas do grão estocado na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O produto está cotado acima de R$ 40 por saca em algumas praças de comercialização. A informação é da ministra Kátia Abreu (PMDB), e foi divulgada nesta sexta-feira (22) nas redes socais.
Grandes compradores de milho (indústrias e produtores de aves e suínos) têm reclamado de escassez do produto em algumas regiões importantes, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, devido à forte demanda pelo cereal, cujas exportações têm batido recorde. O Ministério da Agricultura vai divulgar detalhes e de datas nas próximas semanas.
De acordo com o setor agrícola catarinense, o preço da saca de milho saltou 50% nos últimos 90 dias. “Além da alta nas exportações, a especulação também está pautando o avanço nos preços do milho. A mensagem que a ministra quer passar é que não vai permitir isso. Talvez não seja o suficiente, mas é uma atitude positiva”, afirma diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura, Ricardo de Gouvêa.
Atualmente, no Brasil, a balança de oferta e demanda do milho está equilibrada. No entanto, o câmbio tornou a exportação mais atrativa, forçando os produtores pagarem no mercado doméstico um valor semelhante ao do internacional. “E isso pode prejudicar muito os pequenos e médios produtores de Santa Catarina”, explica Gouvêa. O estado de Santa Catarina é o estado que mais importa milho do Brasil, são 3,5 milhões de toneladas por ano. A avicultura e suinocultura do estado consomem 6 milhões de toneladas do grão.