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Logística

Agronegócio faz empresa investir R$ 200 milhões no Maranhão

Os investimentos serão usados na construção de uma central de distribuição de combustível, na zona industrial, perto de onde fica o Porto Itaqui. | ANTONIO COSTA/Gazeta do Povo
Os investimentos serão usados na construção de uma central de distribuição de combustível, na zona industrial, perto de onde fica o Porto Itaqui. (Foto: ANTONIO COSTA/Gazeta do Povo)

Atraída pelo crescimento da economia do Centro-Oeste e parte da região Norte, especialmente por conta do desempenho do agronegócio, a Raízen vai investir R$ 200 milhões de recursos próprios em uma base de distribuição de combustíveis (gasolina, diesel, querosene de aviação) no polo industrial de São Luís, no Maranhão, no Porto de Itaqui. O empreendimento fica fora da área de concessão portuária.

Ainda em fase de licenciamento ambiental, o projeto deve ser concluído em até dois anos e será o maior terminal de distribuição da companhia isoladamente, sem a participação de outros sócios. A base de distribuição vai ocupar uma área de dez hectares do governo do Maranhão pela qual a empresa pagou R$ 1 milhão.

A cifra equivale a 20% do valor de mercado do terreno, que a companhia desembolsou pelo seu uso, mediante o compromisso de geração de empregos e outras contrapartidas sociais. Com a base de distribuição, a empresa quer dobrar em dois anos o volume de combustíveis que movimenta na região, hoje de 1,2 bilhão de litros por ano.

“Estamos investindo para eliminar os gargalos, apesar da crise”, afirma Nilton Gabardo, diretor de Desenvolvimento de novos negócios e infraestrutura da Raízen. Ele conta que, desde que a Raízen foi formada, em 2011, a partir de uma associação entre a Shell e a Cosan, a companhia tinha intenção de ampliar a capacidade de distribuição na região, mas não conseguiu investir no porto por questões de legislação.

Agora o projeto começa a se concretizar e deve, segundo Gabardo, reduzir o custo dos combustíveis localmente e garantir o abastecimento da rede de postos na região. A empresa, segundo ele, não dava mais conta de atender aos postos da Shell na região, que inclui Maranhão, leste e sul do Pará, Tocantins e Piauí. Mais da metade do volume de combustíveis dessa área é movimentada por operadores logísticos. Isso representa custos adicionais, que oneram o preço dos produtos. A empresa tem 600 clientes na área de influência do terminal portuário de São Luís, entre postos Shell, postos com bandeira branca e clientes empresariais (B2B).

“É um investimento para propiciar o crescimento da empresa nessa área geográfica que pega o meião do Brasil: Tocantins, Maranhão e leste do Pará, onde a fronteira agrícola ainda está se desenvolvendo”, observa o diretor.

Ele lembra também que a sinalização da Petrobrás de que não pretende investir em logística e de que pode vender o controle acionário da BR Distribuidora acelerou o processo.

Arrecadação. A intenção da companhia de investir no Estado caiu feito uma luva para o governo do Maranhão. Simplício Araújo, secretário da Indústria e Comércio do Estado do Maranhão, informa que, ao contrário de outros Estados, as finanças do Maranhão estão em dia. Mas o projeto, nas suas contas, pode ampliar entre 10% a 15% a arrecadação de impostos com a venda de combustíveis pela Raízen, que é uma das principais geradoras de receitas para o Estado.

Além disso, o secretário lembra que o investimento tem contrapartidas sociais, como a construção de cinco escolas e a geração de 700 empregos diretos e indiretos na fase de construção e mais 600 na operação.

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