Paranaguá e Santos, os dois principais corredores de exportação do país, já começam a sentir a pressão da supersafra de grãos. À espera de soja e milho para carregar, navios se acumulam no mar, formando filas quilométricas nas baias paranaense e paulista. Em Paranaguá, 87 embarcações aguardavam ao largo e em Santos 89 navios estavam fundeados no final da tarde desta sexta-feira. Nos próximos dias, o congestionamento deve chegar a 100 navios, marca que no ano passado só foi atingida em junho no terminal paranaense.
Segundo o Instituto Somar Meteorologia, deve voltar a chover em Paranaguá e Santos neste domingo. Os maiores volumes são esperados para a próxima quarta-feira, quando o porto paranaense deve receber mais de 50 milímetros de chuva. Como não há cobertura nos terminais de carregamento de grãos, os trabalhos têm de ser interrompidos sempre que começa a chover.
Por enquanto, o congestionamento no mar não tem causado grandes transtornos nas estradas paranaenses. Segundo a Ecovia, concessionária que administra a rodovia que dá acesso ao Porto de Paranaguá, não há registro de filas de caminhões na BR-277 o fluxo de veículos é normal nos dois sentidos. O pátio de veículos do porto, contudo, já está lotado de caminhões.
Nos dois primeiros meses do ano (veja gráficos abaixo) os embarques estiveram concentrados no milho, mas o line up de navios dos dois portos indica que cereal deve começar a ceder espaço nos shiploaders (esteiras de carregamento) para a soja a partir de agora. Dos 87 navios fundeados em Paranaguá, 63 (mais de 70%) aguardam para carregar soja e farelo e apenas 7 esperam cargas de milho. Até o final do ano, devem passar pelos portos brasileiros 36,75 milhões de toneladas de soja e 15 milhões de toneladas de milho, conforme previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
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