As fortes chuvas que caem na região amazônica neste mês de fevereiro, pico da safra de soja em Mato Grosso, complicam ainda mais o estado crítico da BR-163, principal via de escoamento de grãos do Norte do estado e Sul do Pará para os terminais portuários de Miritituba e Santarém.
Segundo informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), mais de dois mil caminhões estão parados entre os quilômetros 539 e 574 da rodovia, entre as cidades de Santa Luzia e Novo Progresso.O trecho onde a fila se formou ainda não é asfaltado e contribuiu para que os veículos ficassem atolados. Segundo o DNIT, os caminhões estão carregados, principalmente, de soja, milho e algodão e precisam passar por este ponto para chegar aos portos do Arco-Norte. No trecho passam, diariamente, entre 1,5 mil e 2 mil caminhões.
Cálculos da Abiove e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) indicam que para cada dia em que os portos ficam impedidos de embarcar mercadorias, o prejuízo para as empresas é de US$ 400 mil diários, com custos de elevação e “demurrage” (sobre-estadia). Os prejuízos ultrapassam a casa dos R$ 50 milhões.
As duas associações estimam que nesta safra serão embarcados pelos terminais de Miritituba e Santarém cerca de 7 milhões de toneladas de soja e milho. De acordo com empresas associadas, há caminhoneiros que levam 14 dias para transportar a mercadoria em um percurso de mil quilômetros. Nesse período, é possível fazer uma viagem de ida e volta para Santos (SP) ou Paranaguá (PR).
O asfaltamento dos 178 km da BR-163 são de responsabilidade do governo federal, sobretudo do Ministério dos Transportes e do DNIT. Os trabalhos do controle de tráfego e ordenamento, inclusive com sistema de siga e pare, é do Ministério da Justiça e da Polícia Rodoviária Federal. Cabe também ao Departamento de Engenharia do Exército dar o suporte necessário para obras emergenciais.
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