Chuvas dificultam exportação de milho em Paranaguá

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Em um momento de exportações intensas de milho nos portos brasileiros, a chuva vira entrave para os embarques em algumas regiões. No porto de Paranaguá, no litoral paranaense, foram registrados sete dias ininterruptos de chuva em outubro, além de 10 dias de precipitações em setembro, impedindo que 20 navios conseguissem atracar, informa a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

O quadro faz com que já aconteçam registros de aumento no período de espera para os embarques. “Nosso navio está esperando há 30 dias para atracar”, afirmou um operador de Cingapura à agência Reuters, sem se identificar. “Estamos ouvindo [...] que está levando até 40 dias para alguns navios”, apontou. Na manhã desta sexta-feira (16) a Appa indica que 39 navios estão ao largo aguardando para atracar no berço 213, que movimenta granéis por meio do corredor de exportação.

Além do clima ruim, grandes volumes chegando ao porto após uma safra recorde no país e uma elevada demanda provocada pelo câmbio favorável levaram às filas maiores no terminal paranaense, destacou a Appa.

Com isso o mercado já avalia a possibilidade de um redirecionamento da demanda para outros países. Importadores tipicamente voltam-se para a Índia no caso de atrasos no fornecimento da América do Sul, mas o país do Sudeste Asiático está fora do mercado devido a uma baixa produção, prejudicada por clima seco relacionado ao El Niño.

“Os fabricantes de ração ainda não estão em pânico, mas se houver novos atrasos eles começarão a comprar milho em contêineres da Ucrânia, enquanto aguardam a chegada das cargas do Brasil”, disse um segundo operador de Cingapura.

O clima promete trégua nesta semana, mas os operadores indicam que ainda deve levar certo tempo para eliminar a fila de cerca de 60 navios para carregar milho, soja e farelo de soja em Paranaguá.