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Moita, da Rodonorte: novo traçado traz ganho econômico e social. |
Moita, da Rodonorte: novo traçado traz ganho econômico e social.| Foto:

Na transposição por Ponta Grossa, nos Campos Gerais, está o maior gargalo logístico e operacional da Rodovia do Café. A estrada, que há cinco décadas impulsionou o desenvolvimento da cidade, com a urbanização comercial e habitacional da Região Norte do município, hoje pede socorro. Os números revelam que o trecho está saturado e põe em risco à segurança de motoristas e moradores que diariamente trafegam ou transitam pela BR-376 e BR-373. Em 2014, conforme balanço da CCR Rodonorte, concessionária que atua nesta área, foram mais de 550 acidentes com mais de 1.600 pessoas envolvidas. Nos últimos cinco anos, foram 22 mortes/ano em média no trecho da Avenida Souza Naves, quase a metade por atropelamento.

A saída para reverter as estatísticas está na construção de um novo traçado para desviar o os trechos urbanos, principalmente de caminhões. A sociedade organizada, política e empresarial, está mobilizada em torno da construção de um contorno. A discussão do projeto já está no governo do estado, através da Secretaria de Infraestrutura e Logística (SIL) e no Ministério dos Transportes. Estimada em R$ 500 milhões, a obra teria 45 quilômetros e ligaria o Sul a Norte de Ponta Grossa por uma via alternativa. Seriam 10 quilômetros a mais em relação ao traçado atual.

O percurso maior seria compensado com um ganho na velocidade média, que no contorno seria de até 80 quilômetros/hora. José Alberto Moita, presidente da Rodonorte, explica que a velocidade nominal exercida hoje é 60 km/hora, mas que por conta dos obstáculos, como trânsito intenso, congestionamentos e semáforos ela fica entre 35 e 45 km/hora. Para cruzar os dois pontos do novo traçado haverá economia de tempo, de consumo de combustível e também com o menor desgaste dos veículos, como no sistema de freios, destaca Moita.

Para o executivo da Rodonorte, o aumento da demanda nos últimos anos tornou impossível a convivência do tráfego de longa distância com o fluxo de curta distância na passagem da BRs 373 e 376 por Ponta Grossa. Conforme a concessionária, o fluxo de caminhões de 3 milhões/ano em 2000 saltou para 6 milhões. Para 2021, a projeção é que 8 milhões de caminhões/ano. “Depois da construção do contorno em Campo Largo, que vivia situação semelhante, Ponta Grossa é o maior gargalo logístico.”

Na avaliação de Nilton Fior, presidente da Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa (Acipg), a obra se justifica pelo ganho econômico e social. O dirigente ameniza o impacto que o desvio pode ter no comércio que existe no local. “Vamos comunicar e incentivar os viajantes a entrar. Também queremos revitalizar o trecho com ciclovias e um novo corredor de serviços.” De acordo com Fior, boa parte do fluxo é passageiro e não tem impacto no comércio local, movimentado prioritariamente por moradores da região.

Grupos de trabalho nos governos estadual e federal discutem a viabilidade da obra. Uma das possibilidade é a inclusão nos programas de concessão.

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