O incêndio de grandes proporções que atingiu seis armazéns da Copersucar dentro do Porto de Santos na manhã de sexta-feira (18) deve trazer cargas extras para o Porto de Paranaguá nas próximas semanas. A Appa, autarquia estadual que administra os portos paranaenses, informa que está disposta a ajudar nas operações de escoamento. O corredor paranaense é considerado a alternativa mais viável para garantir que os contratos da empresa com os clientes estrangeiros sejam cumpridos, conforme analistas de mercado.
Segundo a Copersucar, 180 mil toneladas de açúcar foram queimadas no incêndio, que comprometeu toda a estrutura de armazenamento da empresa. A companhia é a maior exportadora do alimento no Brasil. A meta para esta safra era embarcar 7,5 milhões de toneladas de açúcar, 30% a mais do que as 5,3 milhões de toneladas exportadas no ano passado. Para isso, a empresa fez obras de expansão no porto paulista, que foram concluídas em junho deste ano e dobraram a capacidade de movimentação para 10 milhões de toneladas por ano.
Nove navios estavam programados para atracar no terminal da Copersucar até a primeira semana de novembro. “A programação fica suspensa até que a empresa defina o que vai fazer. Nunca houve um acidente nestas proporções”, afirma Nicolle Monteiro de Castro, analista de negócio da SA Commodities. Para ela, terminais do Nordeste não seriam alternativas viáveis, devido à baixa capacidade de armazenagem e a distância, que encarece o valor do frete.
Em nota à imprensa, a Copersucar informa que está trabalhando em um plano para minimizar o impacto do acidente, mas não dá detalhes sobre as operações.
O grupo é associado a três usinas paranaenses, localizadas em Jacarezinho (Norte), Nova Londrina e Jussara (Noroeste). Como as três instalações estão produzindo apenas etanol, o impacto do incêndio foi minimizado. “Praticamente todo o álcool produzido aqui é para consumo interno”, aponta João Teodorinho, gerente de produção da Usina Melhoramentos, em Jussara.
Além de Paranaguá, o mercado acredita que outros terminais em Santos podem socorrer emergencialmente a empresa. “Mas todo mundo está operando na capacidade máxima”, pondera Arnaldo Corrêa, diretor da Archer Consulting. As cargas da Copersucar que estavam programadas para ontem foram transferidas para a Rumo Logística, administrada pela Cosan.
Acidente no maior porto do país é o quinto em 21 meses
Em 10 de junho, dois navios colidiram. Um shiploader (equipamento que leva os produtos dos armazéns até os navios) ficou danificado e comprometeu os embarques pelo porto paulista.
Também em junho, um incêndio atingiu as instalações do Terminal de Granéis do Guarujá (TGG) e paralisou o carregamento de um navio de soja.
Em setembro de 2012, durante operação de carregamento de soja, um navio se desprendeu e arrastou um dos shiploaders cuja haste estava dentro do porão de uma embarcação. O incidente, no Armazém 38, prejudicou dois dos quatro equipamentos de carregamento.
Em fevereiro de 2012, um navio maltês colidiu com um shiploader, também no TGG. O terminal privado tem quatro equipamentos carregadores e dois deles foram danificados.
R$ 400 milhões foi quanto a Copersucar investiu em sua estrutura no Porto de Santos de 1998 a 2013. O incêndio de ontem afetou toda a estrutura de armazenamento da empresa.
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