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Incêndio voltou a se intensificar no final desta quarta-feira (08). | Divulgaa§a£o / Fotos Paºblicas - Corpo De Bombeiros Da Pmesp
Incêndio voltou a se intensificar no final desta quarta-feira (08).| Foto: Divulgaa§a£o / Fotos Paºblicas - Corpo De Bombeiros Da Pmesp

Atualizada em 09/04 (16h45) -- O porto de Santos deixou de exportar 400 mil toneladas de soja e farelo de soja devido a restrições à entrada de caminhões pela margem direita, em função do incêndio em tanques de combustíveis nas proximidades da área portuária que ocorre há uma semana, afirmaram nesta quinta-feira (09) dirigentes da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

As restrições para levar soja até os terminais portuários ocorrem no momento do pico de escoamento de uma safra recorde do Brasil. A Abiove estima que Santos deveria exportar cerca de 3 milhões de toneladas em abril, uma boa parte do volume projetado para o ano todo.

Diante das restrições, a Abiove pediu autorização à Prefeitura de Santos para que a multinacional norte-americana ADM tenha autorização para receber caminhões durante o dia, em função das maiores dificuldades da companhia, pelo fato de seu terminal estar no final do porto. "A performance do porto de Santos está prejudicada", resumiu o presidente da entidade, Carlo Lovatelli.

A soja está sendo levada para a margem direita em comboios de caminhões durante a noite, com o objetivo de minimizar perdas. Conforme Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) os comboios da última madrugada zeraram a espera de caminhões.

De acordo com o secretário-geral da Abiove, Fábio Trigueirinho, o setor está já está tendo que arcar com multas em função do atraso para embarques de navios. "Estamos tendo alguns problemas com custos, os navios não têm soja em volumes suficientes para ser carregada no porto", disse ele, estimando as multas de US$ 25 mil devido ao atraso na atracação das embarcações. Normalmente, o pagamento da sobrestadia é feito em bases diárias.

Segundo ele, a situação só não é pior para a exportações a partir de Santos porque os terminais da margem esquerda, no município de Guarujá, estão recebendo soja. Além disso, o produto também chega para a margem direita por ferrovia.

Apoio paranaense

Trigueirinho indica que o porto de Paranaguá, que realizou investimentos recentes para elevar sua capacidade de embarques, pode atender a demanda por soja se restrições em Santos continuarem. A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) confirmou nesta quarta-feira (08) que quatro navios desviaram o litoral paulista seguindo direto para o Paraná.

Apesar disso o Corredor de Exportação do Paraná tem movimento normal, informa a Appa. Como a programação é feita para os próximos dez dias uma elevação nos embarques deve ocorrer a partir da próxima semana.

Demanda garantidaO presidente da Abiove avaliou, no entanto, que os problemas recentes em Santos – em fevereiro houve protestos de caminhoneiros, afetando o transporte de mercadorias --, não chegam a diminuir a demanda da China por soja brasileira.

Ele argumentou que os chineses não têm opção melhor no momento, uma vez que os Estados Unidos já exportaram boa parte da soja nesta época e a Argentina começa a colheita mais tarde que o Brasil.

"Não há opções [de origem de soja]... [Os problemas] não são suficientes para a China dizer 'não vou comprar mais'", disse Lovatelli, em entrevista na sede da associação. "Acho que não muda nada." Os asiáticos são o maior importador de soja do Brasil, levando cerca de 70% do total exportado pelos brasileiros, que disputam com os norte-americanos a liderança global na exportação do grão.

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