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Sobrecarga: com safra recorde e infra-estrutura limitada, fila de navios chega a 100 na baía de Paranaguá. | Henry Milla©o / Gazeta Do Povo
Sobrecarga: com safra recorde e infra-estrutura limitada, fila de navios chega a 100 na baía de Paranaguá.| Foto: Henry Milla©o / Gazeta Do Povo

Parte da supersafra de milho produzida no Centro-Oeste do país e no Paraná caminha por uma rota de escoamento alternativa. A fila de espera para carregamento de grãos no Porto de Paranaguá, que pode chegar a 90 dias, tem feito o setor produtivo direcionar algumas cargas para o porto de Rio Grande (RS), que fica a mais de 1 mil quilômetros do corredor de exportação paranaense. Diferentemente do que ocorre no Paraná, a espera para carregamento no porto gaúcho dura quatro dias, conforme empresas que atuam no estado vizinho.

Na Baía de Paranaguá, existem cerca de 100 embarcações à espera de autorização para atracar e carregar grãos. Alguns ficam três meses em alto-mar.

“Por enquanto, recebemos 180 mil toneladas de milho, vindas principalmente do Oeste do Paraná e de Mato Grosso do Sul. O auge da safra do Rio Grande do Sul já passou. Como tem uma produção muito grande na área de influência de Paranaguá e Santos, a fila de navios se dilata e faz sentido trazer cargas para cá”, diz Guilhermo Dawson, superintendente da Termasa, em Rio Grande. Ele acredita que o milho excedente de Mato Grosso também pode começar a descer para Rio Grande.

No início da última safra, os terminais de embarques gaúchos também socorreram parte das exportações do Centro-Oeste, conforme Dawson. Tradicionalmente, o Porto de Rio Grande escoa soja para o mundo. No acumulado deste ano, somente 700 mil toneladas de milho deixaram o país pelo porto. Já a previsão de embarques da oleaginosa é de 8 milhões de toneladas para este ano. Até o momento, o corredor de exportação gaúcho  ampliou em 60% seus embarques do Complexo Soja, que inclui grão, óleo e farelo. Foram 4,793 milhões de toneladas embarcadas de janeiro a julho deste ano, contra 2,877 milhões de toneladas exportadas no mesmo período do ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Paranaguá, por sua vez, perdeu participação nas vendas externas brasileiras de soja nos primeiros sete meses de 2013. A Appa, entidade que administra os portos paranaenses, explica que a queda do volume se deve a uma concentração e significativa ampliação dos carregamentos de milho neste ano. Conforme a Secex, 4,9 milhões de toneladas de soja em grão saíram do país pelo litoral paranaense, contra 5,4 milhões de toneladas no ano passado. Em soja, o Brasil ampliou os embarques totais para 31,7 milhões de toneladas, ante 27,5 milhões de toneladas.______________________________

IMPACTO180 mil toneladasÉ o volume que o porto de Rio Grande recebeu de milho até o momento. Cargas seriam direcionadas a Santos ou Paranaguá e equivalem a 4 mil carretas carregadas com 45 toneladas cada. Considerando comprimento médio de 30 metros de cada veículo, o número de caminhões lotaria 120 quilômetros--- a mesma distância entre Curitiba e Ponta Grossa.

_____________________________Exportações de Soja em grão por porto:

Paranaguá:Complexo soja:Janeiro a julho/2013: 4,967 milhões de toneladasJaneiro a julho/2012: 5,475 milhões de toneladas

Rio GrandeJaneiro a julho/2013: 4,793 milhões de toneladasJaneiro a julho/2012: 2,877 milhões de toneladas

São Francisco do Sul:Janeiro a julho/2013: 3,380 milhões de toneladasJaneiro a julho/2012: 2,625 milhões de toneladas

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