Erechim e Não-Me-Toque (RS) - O bloqueio articulado por caminhoneiros que tomou conta das rodovias brasileiras trouxe preocupação aos agricultores do Rio Grande do Sul. Terceiro maior produtor de grãos do país, o estado já começou a retirar a safra de milho verão dos campos e está a beira de iniciar os trabalhos na soja. Sem avanço nas reivindicações do setor, os gaúchos estão impossibilitados de chegar ao Porto de Rio Grande, no Sul do estado, principal porta de saída da safra estadual.
“A paralisação influencia diretamente no escoamento na nossa safra. Não só porque o caminhão não pode trafegar normalmente, mas, do jeito que está, vai faltar combustível”, aponta Solani Cézar Rigo, diretor do Sindicato Rural de Erechim.
Erechim faz parte da Regional Norte (Alto Uruguai) que conta com outros 31 munícipios que, juntos, dedicaram 221 mil hectares a soja e 48 mil hectares ao milho. Com o bom desenvolvimento das lavouras, a expectativa é de uma safra história na região.
A equipe da Expedição Safra que está no Rio Grande do Sul passou por mais de 10 bloqueios nos últimos dois dias e constatou que a paralisação é total. Além disso, vários postos de alguns municípios já estão sem combustível e onde ainda há diesel disponível as filas são imensas.
Expodireto
Os efeitos dos bloqueios ultrapassam os limites das lavouras. A cooperativa Cotrijal, localizada no município de Não-Me-Toque, está com dificuldades para dar continuidade à montagem da feira agrícola Expodireto, marcada para acontecer entre os dias 9 a 13 de março. De acordo com a diretoria da empresa, os caminhões carregados com os materiais dos estandes dos expositores estão parados nas estradas. Além disso, máquinas agrícolas que seriam expostas na feira não podem deixar as concessionárias para chegar ao parque de exposição.
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