No embalo dos recentes investimentos em infraestrutura, principalmente de ordem privada, o Porto de Paranaguá busca retomar o crescimento da importação de fertilizantes, após uma queda em 2015. No ano passado, 8,3 milhões de toneladas foram desembarcadas no litoral do estado, 1,4 milhão a menos na comparação com 2014 (9,7 mi/t). A projeção da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) é alcançar 11 milhões de toneladas dentro de poucos anos. Atualmente, Paranaguá movimenta 40% do fertilizante comprado no exterior.
Para atingir a meta, a automatização das operações no Terminal Público de Fertilizantes (Tefer), que iniciou as operações em 2013, é o grande trunfo. A estrutura conta com esteiras transportadoras desde o desembarque no cais até o armazém público. Dali, o produto segue em esteiras interligadas até quatro armazéns de retroárea, construídos especialmente para a estocagem do fertilizante.
“Os armazéns de retroárea possuem desvio ferroviário e podem carregar vagões disponibilizados pelos clientes, com capacidade de encoste para até 40 vagões”, explica Jorge Henrique, diretor executivo da Rocha Log, empresa paranaense que investiu R$ 120 milhões em quatro modernos armazéns e nas estruturas de transporte por esteiras desde o Tefer.
Os armazéns graneleiros alfandegados da Rocha, uma das três empresas que operam na área de fertilizantes de Paranaguá, estão preparados especialmente para a armazenagem do produto. As estruturas possuem correias transportadoras hermeticamente fechadas e conectadas ao Tefer, permitindo uma operação automatizada, limpa, segura e rápida. Outra vantagem é a redução da quantidade de caminhões na área primária do cais, além do aumento da segurança e eficiência em todo o processo. Mais balanças nos acessos ao cais comercial foram instaladas, duplicando o recebimento de cargas. “O nível de perda é próximo de zero. Além disso, a estrutura proporciona condições diferenciadas de manutenção da qualidade físico-química do produto”, ressalta Henrique.
Demurrage
Os recentes investimentos em Paranaguá também estão combatendo outro problema histórico: as filas de navios e a demora para a descarga. A demurrage -- multa paga pelos importadores por atraso na descarga do fertilizante dos navios -- no porto paranaense é dispendiosa. Com uma operação mais rápida de descarga, permitida pela estrutura automatizada por esteiras, o tempo gasto pelos navios no cais é menor. O ganho de eficiência é expressivo e já começa a atrair mais cargas a Paranaguá.
Com os novos avanços, o custo de demurrage do setor de fertilizantes tem registrado queda nos últimos cinco anos. De acordo com o Sindicato da Indústria de Adubos do Estado do Paraná (Sindiadubos) houve redução de até 60% nas últimas temporadas. Somente em 2013, a economia atingiu US$ 26 milhões.
Segundo a Appa, o objetivo é reduzir a zero a demurrage em Paranaguá nos próximos anos.
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